Segundo informe da Receita Federal, a arrecadação federal caiu de R$ 119,946 bilhões, de junho de 2019, para R$ 86,258 bilhões, no mesmo mês deste ano, o que representa uma queda de 29,59%. Ademais, isso representa o pior resultado para junho desde 2004.
De acordo com o economista Ladislau Dowbor, por mais que o surto do coronavírus tenha promovido uma drástica diminuição no que diz respeito à demanda de serviços, não é a única – e nem principal – causa para o resultado apresentado pelo Órgão. Afinal de contas, antes mesmo da pandemia, já se observava uma queda de 1,5% no PIB brasileiro no primeiro trimestre.
Dowbor coloca a culpa da presente crise na política capituladora de Paulo Guedes, atual Ministro da Economia do governo golpista de Bolsonaro. Analisa a situação de uma forma bem simples: não existe nenhum incentivo ao consumidor. Muito pelo contrário, o que observamos é uma clara tendência a favorecer cada vez mais os grandes bancos, colocando a população em um lugar de total precariedade. Isso resulta, obviamente, em uma paralisia generalizada por parte das atividades econômicas nacionais.
Com o teto de gastos, que prejudica a população, a redução de direitos trabalhistas etc., se reduz a demanda. As empresas estão trabalhando com menos de 70% de sua capacidade, porque não têm a quem vender. Se não têm a quem vender, não contratam. Então, grande parte do nosso sistema produtivo está parado. Analisa o renomado economista.
Ademais, Dowbor critica fortemente a política do governo golpistas em destinar R$1,2 trilhão aos bancos e basicamente nada à população:
Encontraram R$ 1,2 trilhões para repassar aos bancos, ‘imaginando’ que iam dinamizar a economia. E continuam a drenar o dinheiro para os grandes grupos financeiros, que não dinamizam a economia. Com isso, se paralisa o consumo e também a atividade empresarial
A denúncia feita por Dowbor só reforça ainda mais a nossa análise acerca do governo Bolsonaro. Promove um discurso completamente – e agora de forma comprovada – falacioso de que a quarentena da classe trabalhadora representa um veneno para a economia. Com base nessa demagogia, prontamente promove a reabertura generalizada do comércio, colocando à vida da população em risco.
Deve ficar claro que seu governo representa a burguesia e ninguém mais. Toda e qualquer política provinda dessa gestão é destinada à salvar os grandes capitalistas da crise, ignorando e, por conseguinte, exterminando a classe operária. O próprio Dowbor coloca isso em termos quando diz que “o mecanismo é simples. O equilíbrio das contas se faz aumentando a receita, dinamizando a base econômica, e não reduzindo os gastos do Estado, fazendo com que a população não consuma, o que faz com que se entre no ciclo descendente da economia.” Ou seja, procura promover a devastação generalizada da economia nacional, entregando todo o nosso matrimônio ao imperialismo.
Agora mais do que nunca, é preciso intensificar a campanha pelo Fora Bolsonaro. Fica claro que seu governo tem como único propósito a manutenção e, acima disso, a intensificação do capitalismo e do imperialismo como um todo. Nesse sentido, é imprescindível que a classe operária tome as ruas para pôr um fim a essa campanha verdadeiramente criminosa. Como visto, qualquer alternativa representa não só o genocídio da população, como também a destruição da economia nacional.