A imprensa burguesa, ecoada pela esquerda pequeno-burguesa, tem como única medida para enfrentar o coronavírus o confinamento social, uma quarentena que visa reduzir a curva de contágio, da covide-19. Mas existe um Brasil de poucos, reduto de pessoas ricas, que a pandemia mundial ainda não chegou: um Brasil, fora do Brasil, com dinheiro e sem vírus.
É o caso, por exemplo, de São Sebastião, no Litoral Norte de São Paulo, onde as pessoas estão nas praias, fazendo seus exercícios matinais a beira-mar, papeando e jogando conversa fora com os amigos, como se não estivéssemos em uma crise de saúde pública. Essa praia, aparente mente imune a qualquer problema, chama-se Praia da Baleia, e é um reduto de milionários. A praia parece mais um condomínio fechado, com suas regras particulares e vigilância privada.
Neste paraíso que o acesso é de acordo com a conta bancaria, e o ingresso é para poucos, a prefeitura de São Sebastião que deveria fiscalizar também esta praia, parece que esqueceu como chegar lá e ignora totalmente o descumprimento da quarentena obrigatória, para a felicidade dos endinheirados frequentadores.
Em quanto isso no mundo real, os trabalhadores nas preferias, são obrigados pela sua realidade de miséria a ônibus e trens lotados, são os mais vulneráveis a epidemia de dengue, sarampo e agora a covid-19, que por falta de estrutura social que vem sendo destruída pelos que frequentam a praia da baleia.
Onde o corte é mais profundo bem mais perto do osso do que da carne, faltam todos os itens, alimentos, papel higiênico, fraldas, sabão, detergente, entre outros. Até então, a política do governo foi falar para a população ficar em casa, em isolamento. No entanto, como não há qualquer condição de ficar em casa – ainda mais em casas em que a porta de entrada é o único meio de ventilação – a medonha realidade dos moradores os leva a ir atrás de ajuda de parentes, amigos e entidades de assistência em busca de alimentos e itens de primeira necessidade.
No Brasil da luta de classes, funciona assim, para os ricos tudo aos pobres a lei de quarentena e a fome, segundo autoridades da área de saúde, algumas doenças ( dengue, sarampo e e a gripe influenza ) e agora o coronavírus vão ter seus picos de contágio nos meses de abril, maio e junho, ou seja, uma situação de desgraça anunciada. E quem vai pagar o preço são pobres.
A realidade impõe aos trabalhadores que nas mãos dos golpistas não há saída para a população. Se não for pega pela doença, perecerá pela fome. Qualquer alternativa que suponha uma solução por cima, relega o povo a este dilema genocida. Por isso, a única saída para a população é a organização coletiva, em conselhos populares que façam o trabalho que o governo e congresso golpistas não irão fazer: priorizar a vida dos trabalhadores, não o regime.