Após 2008, o imperialismo, impelido pela situação catastrófica causada pelas suas próprias contradições, deu início a uma duríssima ofensiva contra os seus opositores em todo o mundo. Seja na América Latina, seja na Europa, todos os que ensaiaram alguma resistência ao imperialismo foram e continuam sendo perseguidos. Até mesmo nos Estados Unidos, que é um país-chave para o imperialismo, está sendo cogitado o impeachment do atual presidente.
No Brasil, o golpe de Estado de 2016, isto é, a deposição da presidenta Dilma Rousseff, do PT, permitiu que a direita tomasse conta por completo do regime político. Durante o processo, o Poder Judiciário e o Congresso foram consolidando, sistematicamente, sua submissão completa à burguesia. As Forças Armadas, que assistiram de braços cruzados uma presidenta ser deposta por uma escória, se aliaram com os golpistas.
O impeachment da presidenta Dilma Rousseff, no entanto, não resolveu, por completo, o problema do controle do regime político. Embora toda a direita tenha se unificado para derrubar a presidenta, as contradições internas do bloco golpista não permitiram que questões como a Reforma da Previdência, por exemplo, fossem aprovadas. O conflito entre os interesses do imperialismo e dos setores mais ligados à burguesia nacional causou um impasse no regime golpista.
Mesmo o imperialismo tendo toda a força que tem – afinal, é este o maior corruptor da história da humanidade –, os conflitos dentro do bloco golpista não chegaram ao fim – pelo contrário, deu lugar a uma profunda crise. A crise, por sua vez, vem do fato de que os trabalhadores não mostram nenhum interesse em compactuar com o golpe, mas sim uma tendência à mobilização contra os golpistas, o que coloca todos os planos do imperialismo sob risco.
O ex-presidente Lula é, nesse momento, o maior líder dessa tendência ao enfrentamento com os golpistas. Como ele é o produto da experiência do movimento operário na luta contra a direita, além de ter sido o presidente com maior índice de popularidade da história recente do país, Lula é capaz de atrair, rapidamente, milhares de pessoas dos setores mais combativos da sociedade.
Cientes disso, os golpistas estão tentando anular, de todas as formas, a influência do ex-presidente Lula no movimento de luta contra o golpe. Durante anos, uma campanha caluniosa e escatológica da imprensa burguesa atacou sistematicamente o ex-presidente. No entanto, em vez de sua popularidade diminuir, esta aumentou. Depois, através de processos altamente fraudulentos, os golpistas conseguiram condenar Lula e colocar sua candidatura à presidente em risco. Não satisfeita, a burguesia trancafiou o maior líder popular do país na cadeia e está fazendo um esforço imenso para excluí-lo da vida política do país.
Os trabalhadores e setores democráticos não podem aceitar de braços cruzados que a direita determine o futuro do país e destrua qualquer perspectiva de luta do movimento operário. Por isso, é preciso tirar o ex-presidente Lula da prisão na marra e não ceder a nenhum “plano B” ou qualquer outro tipo de capitulação. Eleição sem Lula é golpe! Lula presidente!