Nesta quarta-feira (16) veio a público a denúncia de uma ex-funcionária do Centro de Detenção do Condado de Irwin, de que mulheres imigrantes detidas em centros prisionais nos EUA estariam sendo submetidas em massa a procedimentos de histerectomia sem seu consentimento. A prática de retirar o útero de mulheres estrangeiras tem características nazistas e é mais uma violação aos direitos fundamentais das mulheres promovidas pelos estados burgueses.
A ex funcionária afirma quanto ao grande número de cirurgias realizadas, que “não é comum que todos os úteros estejam ruins”, isto porque as mulheres imigrantes quando reclamavam de períodos menstruais fortes ou pediam anticoncepcionais eram levadas a ginecologistas fora da prisão, ocasião em que eram submetidas ao procedimento de histerectomia sem que soubessem exatamente o que se tratava e que tem como uma de suas consequência tornar as mulheres estéreis.
O objetivo desta prática fascista das instituições prisionais ao submeterem as imigrantes à histerectomia é justamente este: tornar as mulheres estrangeiras inférteis. Esta tática também não é novidade, há décadas mulheres imigrantes e nativas indígenas são levadas a realizar procedimentos de esterilização nos Estados Unidos.
Milhares de mulheres latinas pobres no século XX nos EUA foram vítimas de esterilização como parte de um programa de controlo de natalidade financiado pelo Governo. Da mesma forma pelo menos 3,4 mil indígenas foram esterilizadas contra a vontade somente nos anos 70. Esta prática é promovida e financiada pela burguesia norte-americana para que estas mulheres não tenham filhos, sobretudo não nos EUA, evitando assim que o governo norte-americano tenha de se responsabilizar de alguma forma com estes grupos.
Isto além de extremamente invasivo se iguala a experiências nazistas contra os detentos em campos de concentração, e especialmente no caso das mulheres imigrantes detidas em prisões norte-americanas é exatamente o que isto significa. Não é por acaso, e aqui fica ainda mais evidente, que sempre destacamos que as prisões são verdadeiros campos de concentração que servem para esmagar a classe trabalhadora e pobre.
Uma detenta de um destes centros prisionais relatou que sempre que tomava conhecimento de que mais uma mulher que voltou do ginecologista tinha passado por uma cirurgia sentia que “Era como se eles estivessem fazendo experiências com nossos corpos”. É preciso portanto ter claro o caráter desta prática como uma forma que o estado burguês utiliza para, por baixo dos panos, violar direitos fundamentais das mulheres que classificam como indesejáveis, ou seja, as mulheres da classe trabalhadora.