Nesta segunda 4, foi divulgado na imprensa capitalista que a Enel Ceará teve um lucro de 82,63 milhões de reais no primeiro trimestre desse ano. Este valor é mais de 10 vezes superior ao mesmo período do ano passado, quando a companhia lucrou 7,01 milhões.
Apesar dos lucros astronômicos, a empresa manteve o aumento da tarifa deste ano no patamr de 3,94% ao consumidor final. Devido à Covid-19, a Aneel autorizou o adiamento da nova tarifa até 1º de julho.
A empresa ressaltou que para se precaver de qualquer necessidade emergencial de caixa, em 31 de março de 2020, a Cia. tinha a seu dispor R$ 180 milhões em limites abertos de conta garantida e linha comprometida para utilização em operações de curto prazo.
A Enel foi criada em 30 de agosto de 1971, através da Lei Estadual nº. 9.477 de 5 de julho de 1971, a partir da unificação de quatro empresas de distribuição de energia elétrica, então existentes no Estado do Ceará: Companhia de Eletricidade do Cariri (CELCA); Eletrificação Centro-Norte do Ceará (CENORT); Companhia Nordeste de Eletrificação de Fortaleza (CONEFOR) e Companhia de Eletrificação do Nordeste (CERNE).
Foi privatizada em 2 de abril de 1998 durante o governo dos tucanos, na gestão FHC. Atualmente é uma empresa de capital aberto e tem ações negociadas na Bovespa. É controlada pela holding Enel Brasil, que detém 56,6% do capital total e 91,66% do capital votante.
O lucro gigantesco é um escárnio e mostra os danos da privatização do sistema de distribuição de energia elétrica no Brasil. Mesmo num momento de grave crise sanitária nacional com o coronavírus, as empresas, neste caso a Enel, aproveitam-se da desgraça da população para explorá-la ainda mais.