Entre os dias 16 a 18 de agosto ocorreu, em Berlim, o encontro do FIBRA, que reúne diferentes comitês que atuam na Europa. A maioria dos comitês trabalham com o Movimento Mundial Lula Livre, os quais atuam em diferentes países; compareceram também outros movimentos ligados ao movimento negro, LGBTs e de mulheres. O encontro teve como convidados Breno Altman, Jean Wyllys, Renata Souza, Marcia Tiburi e Maria Dantas (Partido Esquerda da Catalunha). Além de atividades culturais, o evento reuniu os comitês para decidir os próximos objetivos e ações que os comitês iram tomar.
Houve nesses movimentos um consenso comum nesses de que o regime caminha para um estado de ditadura aberta. O destaque para o aumento da repressão do Estado é o assassinato de deputada Marielle Franco, outras perseguições políticas, como a perseguição da Lava Jato contra o ex-presidente Lula.
Entretanto, o encontro também se destaca pela confusão política. A confusão é tão grande, que houve comitês contra a liberdade do Lula.
Perguntado sobre a importância das lideranças partidárias da luta contra o golpe, Breno Altman disse que as lideranças partidárias não conseguem fazer mágica, pois o povo não quer se mobilizar, colocando-se contra a realidade política, uma vez que as mobilizações pela liberdade de Lula e o Fora Bolsonaro são constantes e crescentes. Altman usou o argumento de que para que Nelson Mandela saísse da cadeia foram necessários 27 anos. Por essa resposta, pode se esperar que Lula não sai da cadeia tão cedo. Deve ser por isso que a FIBRA afirma em seu documento “Será uma longa travessia do deserto”, referindo a permanência de Bolsonaro até 2022. A proposta de Altman foi esperar. Todavia, quando conversado com os militantes dos comitês e durante manifestação feita no último dia do evento, a palavra de ordem Fora Bolsonaro foi a mais popular.
Devido à falta de uma clareza política, muitos comitês procuraram apresentar suas pautas parciais. Assim, alguns movimentos apresentaram que a luta pela liberdade de Lula não unifica. A confusão é tão grande, que o comitê central do FIBRA quis proibir os militantes do PCO de panfletarem sua política. O argumento, sempre com aspecto democrático, era dizer que o FIBRA era suprapartidário, e deram como exemplo a proibição de exibirem um vídeo da deputada Gleisi Hofmann ao FIBRA.
Além de ser um atentado à liberdade de expressão, os convidados ligados ao PSOL e ao PT demostram que o movimento não é tão suprapartidário como aparenta. Outra explicação dada foi que o instituto Rosa Luxemburgo em Berlim não permitia panfletagem, apesar de ter sido o próprio instituto que imprimiu os panfletos.
O panfleto era a declaração do PCO ao FIBRA que continha como palavras de ordem: Liberdade para Lula, Fora Bolsonaro e Eleições Gerais já. Durante a panfletagem, a recepção das pessoas ao PCO ocorreu de maneira positiva.
Os militantes do PCO também recolheram assinaturas pela liberdade do ex-presidente Lula e pelo fora Bolsonaro, com o objetivo de organizar a militância e levar adiante uma política de enfrentamento nas ruas.
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