As fornecedoras da Embraer, que decidiram demitir os trabalhadores e, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (Sindimetlsjc), filiado à CSP-Conlutas, do PSTU, na última quarta-feira (15) “ameaçaram de fechar as portas”.
De acordo com o artigo do sindicato, na segunda-feira (13), a Status Usinagem encerrou suas atividades, as fábricas Pirâmide e Aernnova, deram sinais de que pode fazer a mesmo.
Na Pirâmide, metade dos 50 trabalhadores que existiam na fábrica foram demitidos na última quarta-feira (15), isso diante da pandemia do coronavírus. A lista vai aumentando, com a Aernnova, que já demitiu 10 trabalhadores, bem como a Globo Usinagem, da cidade de Jambeiro, que demitiu 60 numa tacada só. A Aernnova, nem sequer chamou os trabalhadores até a empresa para demiti-los, utilizou o telefone para anunciar o facão.
Esta situação vai muito mais a fundo, ela está ligada à política deliberada do governo em privatizar a Embraer e, agora entregá-la para a Boeing, como fez o fascista Bolsonaro e sua equipe de golpistas em 2019, com o objetivo de simplesmente liquidar com a Embraer, uma das maiores empresas brasileiras, com uma produção comparável as maiores do ramo no mundo, produzindo aviões comerciais, militares e de pequeno porte. Desta forma, ocupando o seu espaço, tanto nacional, como internacionalmente com seus produtos.
O resultado de abandonar os trabalhadores, deixando-os a sua própria sorte
Os sindicalistas dos Metalúrgicos de São José dos Campos, da CSP-Conlutas, no entanto, diante da situação de guerra declarada, dos patrões e seu governo golpista de plantão, contra os trabalhadores e a população explorada, nem na janela ficaram para ver a banda passar.
Preferiu, no entanto, não realizar assembleias e, só depois da situação dada, resolveu se utilizar do Facebook e YouTube, para divulgar a sentença proferida pelas duas das maiores empresas de São José dos Campos, Embraer e da General Motors do Brasil com o rebaixamento dos salários.
Neste momento, as fornecedoras da Embraer, controlada pela Boeing, daqui a pouco serão fornecedoras da GM, em um efeito dominó. Tudo isso por conta de uma capitulação vergonhosa do sindicato que agiu de forma idêntica aos sindicatos intervencionistas do período da ditadura militar.
O sindicato do PSTU, que tomou a decisão de não mobilizar os trabalhadores de sua base, decidiu pedir socorro ao prefeito de São José dos Campos, do golpista PSDB de Doria, governador fascista de São Paulo. O Sindicato diz o seguinte: “em reunião com o prefeito de São José dos Campos, Felício Ramuth, o Sindicato reivindicou o engajamento da Prefeitura na defesa dos empregos ameaçados pela pandemia. Durante a conversa, dirigentes do Sindicato deixaram clara a necessidade de o poder público e empresas apresentarem soluções conjuntas para a preservação de empregos, saúde e dos salários dos trabalhadores”.
E, para completar, pediu à Embraer, que impôs o rebaixamento dos salários de seus funcionários e, como forma de se manifestar quanto a aceitação da proposta imposta dos patrões, mais uma faixa de salários para ser rebaixado, aceitando “criticamente” a Medida provisória 936/2020.
Agora está pedindo que a Embraer “interfira na situação, como principal cliente, também é responsável pelos empregos nas fornecedoras. É necessário que a fabricante de aeronaves encontre alternativas ao cancelamento de contratos”. É pedir para a raposa tomar conta do galinheiro.
E necessário uma mobilização que permita, seja revertida a situação, seja através de uma greve com ocupação de fábrica, com formação de comitês de fábricas, de bairros onde os trabalhadores residem, etc.
Nenhuma demissão dos trabalhadores
A crise não foi os trabalhadores que criaram, portanto, que os patrões paguem por ela.
Reestatização da Embraer