A justiça concedeu uma liminar para a suspensão do jogo entre Palmeiras e Flamengo, que ocorreria neste domingo (27) ás 16h pela 12ª rodada da série A do Brasileirão. O Sindicato dos Empregados em Clubes, Federações e Confederações Esportivas e Atletas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro (SINDECLUBES) foi o responsável por entrar com o pedido de suspensão. Neste sábado (26), o Sindicato dos Atletas de Futebol do Estado do Rio Janeiro (SAFERJ) impetrou uma segunda ação, que também pede o adiamento do confronto entre os dois times.
O motivo do pedido de suspensão é o avanço da contaminação pelo COVID-19 nos jogadores de futebol. Nesta sexta-feira (25), a delegação do Flamengo registrou 41 infecções desde a viagem realizada ao Equador para os jogos contra o Independiente Del Valle e Barcelona na Libertadores. Estima-se que, caso ocorra a partida programada, o time rubro-negro terá 19 desfalques. Aliás, a equipe só tem 9 atletas de linha aptos para serem escalados. O clube e seu setor jurídico se posicionaram pela suspensão da partida.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) resolveu intervir e pressionar pela manutenção da partida de domingo. Esta tenta provar que não há risco de transmissão da doença entre os jogadores. Para tentar provar essa tese, apresentou 9,7 mil testes realizados no Campeonato Brasileiro e disse que as taxas de infecção são pífias. Como é de conhecimento geral, os números não mentem, mas os mentirosos forjam os números. E a CBF está muito interessada em mentir, manipular e forjar todos os números necessários para garantir seus interesses.
Os grandes capitalistas, que controlam o futebol, querem o retorno imediato de todas as atividades esportivas no país. O futebol, o mais popular do mundo, movimenta centenas de bilhões de reais que são a fonte dos lucros dos cartolas e parasitas da CBF. Eles querem preservar seus lucros, mesmo que isso custe a exposição ao contágio e virtual morte dos jogadores, funcionários dos clubes e dos próprios torcedores nos estádios. A lógica da CBF é de que o lucro está acima de tudo, o que fica muito claro em sua argumentação perante à Justiça.
Os sindicatos de defesa dos jogadores, as torcidas organizadas e os movimentos que defendem o futebol devem se posicionar contra a volta dos jogos nos estádios enquanto durar a pandemia. As atividades esportivas devem ser suspensas até que seja possível proceder à vacinação contra o coronavírus. Os atletas devem ser preservados do risco real de contágio e morte pela doença.