O desenvolvimento da crise política brasileira tem provocado a polarização política, o golpe de Estado de 2016 e a fraude eleitoral que colocou Bolsonaro na Presidência da República só vieram a acentuar a polarização.
A burguesia busca atenuar esse processo, na verdade procura de todas as formas evitar o efeito concreto da polarização ou seja o enfrentamento do regime golpista pelos trabalhadores. Por isso, constantemente são utilizados recursos contra a “ polarização”, em especial “ vozes” da esquerda pedindo moderação e fim da polarização.
Neste sentido, a criação e o fomento da deputada do “bem” Tabata de Amaral é sem dúvida, uma dessas tentativas. É verdade que é um recurso desgastado depois de inúmeros episódios como o voto na Reforma da Previdência, mas ainda utilizado. Uma prova disso, é a constante cruzada de Tabata contra a “ polarização” e a “ intolerância” na sua coluna semanal na Folha de São Paulo, que não por acaso tem a deputada como sua colunista. Nesta semana, a deputada escreveu o texto “Se a intolerância é a regra, quero ser exceção”.
Para nosso “anjo” a questão central é evitar o “ extremismo”, “ Obsessão dos extremos com eles mesmos impede que olhem para a frente e enxerguem os problemas do país”, assim o principal obstáculo na situação política é a “Obsessão dos extremos”, e não os ataques dos golpistas aos direitos do povo.
Além disso, a polarização seria um aspecto da “ irracionalidade” da crise, pois na visão da colunista da Folha, “No contexto de crescente polarização e intolerância política que estamos vivendo, a racionalidade não tem vez”. Invés de intolerância e enfrentamentos nas redes sociais, deveriam todos aceitar a ditadura bolsonarista e de maneira resignada apresentar “ argumentos” para um “ dialogo”.
A deputada apresenta suas credenciais “Não sou petista e também não sou bolsonarista. Não faço parte dos extremos antagônicos, que muitas vezes estão mais preocupados em destruir seus adversários do que em construir um novo Brasil”. Evidentemente, o que ela “ esquece” de dizer que não “ fazer parte dos extremos antagônicos” não significa apoiar efetivamente um dos extremos, justamente o que detém o poder ou seja o campo bolsonarista.
Então, qual a alternativa para a polarização? neste ponto, Tabata Amaral não é original, e assim como outros defensores da recomposição do centro, defende o ” dialogo” e a construção da frente ampla. Como exemplo a ser seguido é citado as articulações ( os diálogos) de diferentes partidos no Congresso Nacional, como no pedido de impeachment do Ministro da Educação, por deputados de 14 partidos diferentes.