Enquanto o governo golpista de Jair Bolsonaro aposta na pirotecnia ideológica ao expulsar os servidores e diplomatas que trabalham na embaixada da Venezuela em Brasília (DF) numa clara tentativa de demonstrar força para sua base política; países imperialistas, dentre eles o Reino Unido orientam seus cidadãos para evitarem viagens ao Brasil e solicitam que aqueles que aqui estejam retornem imediatamente para casa.
No mesmo sentido, estes países estariam se preparando para retirar seus representantes diplomáticos de solo brasileiro por tempo indeterminado. O fator chave nesse caso é o descredito do país, gerado em grande medida pelo descontrole governamental perante a pandemia e que está isolando o Brasil perante o mundo.
A própria burguesia começa a divulgar as pretensões de sua classe. Foi o caso da funcionária dos Marinho, a jornalista Miriam Leitão que escreveu em sua coluna no jornal O Globo: “Recebi a informação de que em algumas embaixadas tem chegado circulares de países para que seus diplomatas deixem o Brasil. E que as representações diminuam o número de pessoal dentro das embaixadas, porque o Brasil está sendo considerado um país perigoso, pela condução temerária do presidente Bolsonaro nesta pandemia.”.
Há nesse caso uma tentativa de pressionar o governo para que este negocie com as potências estrangeiras nos termos estabelecidos por estas. Ainda segundo a mesma “A saída de Nelson Teich (do Ministério da Saúde) hoje vem confirmar essa ideia de país desgovernado. Ele ficou pouco tempo e agregou pouco. Ao sair, na entrevista coletiva prestou um desserviço ao país, por não explicar exatamente o motivo de sua saída. Esse silêncio dele, quando perguntado por jornalistas após a entrevista, é ruim porque não ajuda nem favorece a transparência. Seria melhor que ele falasse claramente, porque isso ajudaria a ver exatamente o tamanho do problema”, diz.
O problema, entretanto, é o governo de conjunto que há muito demonstra de completo seu despreparo para lidar com a situação de crise econômica e sanitária. As prioridades dos golpistas são desfazer-se de todo o patrimônio público ainda existente e assim salvar mais uma vez os banqueiros e demais capitalistas deixando o povo morrer na miséria e sem amparo nenhum. Essa é a política padrão do Estado burguês mesmo que ameaçado de isolamento por seus pares que, na primeira oportunidade se aproveitarão desta pretensa fragilidade institucional para apropriarem-se de suas riquezas nacionais.