O governo do estado do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), anunciou que irá abrir licitação para a compra de 22 cabines de salas íntimas para serem instaladas nos presídios do estado. Ao todo serão sessenta seis salas disponíveis para os detentos. O valor gasto será 1,6 milhão.
Trata-se, neste caso, de uma política demagógica por parte do governador do PCdoB. Ao invés de implantar uma medida verdadeiramente eficaz de combate à disseminação da pandemia nos presídios, o governo estadual adota uma política superficial, que não vai resultar em nenhuma melhoria prática na situação dos detentos. Muito pelo contrário, pode aumentar ainda mais o contágio no interior das cadeias
De acordo com os dados oficiais do estado, divulgados no final do mês de julho cerca de 161 presos já se contaminaram com a doença no estado, com uma morte registrada. Entre os funcionários, a contaminação já atingiu 470 servidores, com 9 mortes registradas.
A proposta de Flávio Dino corresponde à política de colaboração de classes defendida pela chamada “Frente Ampla”. Vale ressaltar que o PCdoB é o maior defensor da aliança com os setores da direita, aqueles que deram o golpe de estado, dentro da esquerda nacional. O direitista da política do governador do Maranhão chegou até ao extremo de propor, inclusive, um acordo com o próprio Jair Bolsonaro na tentativa de buscar “conscientizar” o presidente fascista para que o mesmo combata a crise econômica.
A única alternativa real contra o avanço da pandemia e da crise econômica é o desenvolvimento de uma política de enfrentamento a todos os setores da direita nacional, de Bolsonaro até o Doria, a Globo e Luciano Huck. Estes, como os últimos anos demonstraram, são inimigos declarados da classe trabalhadora, das suas condições de vida, seus direitos e garantias.
No caso dos presos, trata-se de um dos setores mais oprimidos da sociedade brasileira. O sistema prisional nacional é uma verdadeira máquina de triturar pobres e negros, marginalizados por conta da brutal desigualdade social que existe no país. Nunca é demais lembrar que praticamente a metade dos presos são presos provisórios, ou seja, nem mesmo foram julgados pelos crimes que cometeram.
A pandemia veio, portanto, intensificar a situação de calamidade a que estão submetidos os presos do país. A superlotação das celas, a falta de condições mínimas de higiene e de estrutura, potencializam o perigo do contágio, da disseminação do vírus.
Diante deste cenário, a única política correta seria a libertação dos presos, ao menos aqueles detentos que representem menor perigo, o que já corresponde a cerca de 80% do sistema.
De um modo geral, é necessário se opor à qualquer tentativa de acordo com os setores golpistas, é preciso desenvolver uma política independente da direita, uma política que corresponda aos interesses da classe trabalhadora e dos setores mais explorados.