Mais uma vez o mercado financeiro mostra que mesmo com a injeção de grandes quantidades de dinheiro pelo Estado, se encontra em crise profunda. Na última sexta-feira (3) o dólar bateu o seu recorde de cotação mais uma vez, chegando a R$5,32 e o dólar turismo a R$5,53. Em um mês, a valorização diante da moeda brasileira foi tão grande que a diferença chegou a um aumento de um real. No ano, a alta acumulada é de R$32,86%.
O aumento do dólar se deve à crise generalizada do capitalismo, que vem se acentuando com a economia parada em vários países devido ao Covid-19. Além disso, a maior potência imperialista mundial, os Estados Unidos, declarou sua recessão e vive um cenário que não é visto há tempos, com recorde de inscrições para o seguro desemprego, além do colapso da saúde já que o país ultrapassou até mesmo a China e a Itália em número de doentes na última semana.
Dentro de um cenário tão caótico para todos os países, a situação brasileira é ainda mais acirrada pela política do governo de Jair Bolsonaro. Fora a má administração para com a crise da pandemia e capitalista, o governo vive uma crise interna em que presidente, ministros e vice não estão falando no mesmo tom, o que gera instabilidade na confiança de que este governo golpista tenha estrutura para lidar com situação tão grave.
Mesmo com a injeção de mais de R$1,2 trilhão no mercado financeiro, em benefício dos capitalistas, o governo não consegue frear a desvalorização do real e o aumento do dólar, que está há semanas batendo recordes de cotação. A crise capitalista só mostra que as políticas econômicas adotadas pelo governo são completamente fracas enquanto se corre atrás para salvar a grande burguesia.
Os trabalhadores são os que mais sofrem com a política do governo, sentindo na pele a cada dia que passa o aumento do desemprego, da fome, da crise de saúde pública, enquanto nada é feito para o trabalhador passar por esse momento com mais tranquilidade, apenas que cada um conte com a própria sorte. A crise só mostra o quanto o governo de Bolsonaro é ameaçador, e também põem em regime de urgência a necessidade de que ele seja derrubado, estamos apenas no começo de uma grande crise e já temos provas o suficiente de que, se nada for feito, o trabalhador irá sofrer ainda mais. Não podemos e nem devemos esperar que o governo burguês fará alguma coisa para contra os seus, esta nunca foi a sua intenção e não é para isso que esse governo foi criado, afinal é fruto de um golpe. A organização popular é necessária pois este cenário de descontrole do mercado financeiro só tende a aumentar, e são os trabalhadores que irão pagar mais uma vez pela crise burguesa tendo seu dinheiro entregue a bancos e grandes capitalistas.