Nesta semana seis ex-presidentes do Metrô viraram réus na Justiça de São Paulo. Eles são acusados de improbidade administrativa no caso da compra de 26 trens, que custaram R$ 630 milhões, para a linha 5-Lilás em 2011. Como ainda não haviam condições de uso para o equipamento, os trens ficaram parados e expostos ao desgaste do tempo por quatro anos. A grande dúvida agora é: por que o responsável maior por este caso, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, não é contemplado na denúncia?
Para piorar o caso, a linha, que foi finalizada posteriormente à compra dos trens, tem trilhos e sistema operacional incompatíveis com os novos equipamentos.
O atual secretário de Transportes do governo paulista, Clodoaldo Pelissioni, e o chefe de gabinete da prefeitura de São Paulo, Sergio Avelleda, que foi também secretário de Mobilidade e Transportes na “gestão” Doria, terão de responder à Justiça pelo descaso.
Jurandir Fernandes, ex-secretário dos Transportes Metropolitanos, Laércio Mauro Biazotti, ex-diretor de planejamento do Metrô, David Turbuk, ex-gerente de concepção e projetos de sistemas no Metrô, José Fagali, Peter Berkely Bardram Walker, Luiz Antonio Carvalho Pacheco e Paulo Menezes Figueiredo, todos ex-presidentes do Metrô entre 2008 e 2015, também são contemplados na ação.
O autor da denúncia foi o promotor de Justiça do Patrimônio Público Marcelo Milani, destacando que houve uma “total incompetência” no caso, pedindo a condenação dos acusados e a devolução de R$ 799 milhões aos cofres públicos. Geraldo Alckmin, chefe do Executivo, atrasa a entrega de obras há 14 anos, curiosamente não é citado.
É sabida a ligação dos tucanos com a Justiça paulista, portanto dificilmente iremos ver o governador respondendo por este absurdo. É importante lembrar também que esta ferrovia está sendo construída desde 1998, quando ainda era a Linha F da CPTM. Após diversos atrasos e enrolações, a linha que irá ligar o Capão Redondo à Chácara Klabin está prevista para ser entregue no final deste ano, servindo apropriadamente como peça de marketing para a campanha de Alckmin.