Na manhã desta quarta-feira (29), o grupo iemenita dos Houthis anunciou e reivindicou a autoria dos ataques às instalações da empresa de petróleo Saudi Aramco. Outros pontos estratégicos, como os aeroportos das cidades de Jizan e Abha, além de uma base militar em Khamis Mushait, também estão entre os alvos.
A informação foi transmitida pelo próprio movimento Houthi em mensagem no aplicativo Telegram, mas carece de confirmação oficial.
Os Houthis, compostos majoritariamente por muçulmanos de doutrina xiita, enfrentam uma longa campanha de ataques do imperialismo. Na complexa geopolítica do Oriente Médio, os Estados Unidos agem através de seus governos subordinados, Arábia Saudita e Israel. Naturalmente, a resistência iemenita conta com o apoio do maior antagonista atual dos sauditas, o Irã.
Embora se utilizem de métodos rudimentares e de eficácia questionável, a revolta dos rebeldes Houthis é absolutamente justificável. Afinal, desde 2015 está em marcha um acelerado processo genocida da população do país, que, historicamente, figura entre os mais pobres de todo o Oriente Médio.
Não por acaso, a crise humanitária gerada pelo conflito, sabidamente fomentada pelas potências imperialistas, é considerada a maior do mundo até mesmo por organizações burguesas como a ONU.
Contudo, a instabilidade política gerada pelo assassinato do líder Iraniano Qasem Soleimani por ordem dos Estados Unidos tende a uma escalada dos conflitos na região. Na última terça-feira (28), o enviado especial da ONU, Martin Griffiths, alertou o Conselho de Segurança sobre o risco do acirramento da crise.
A medida que o desmoronamento econômico mundial ganha corpo, o imperialismo perde espaço de manobra para conter a revolta popular dos países oprimidos. É nesse sentido que se tornam deletérias todas as análises de cunho moral que buscam relativizar a razão dos grupos rebeldes. O imperialismo e seu manto de miséria devem ser contidos, senão pela força da razão, pela força bruta.