O Datafolha divulgou, na última quinta-feira (8), nova pesquisa eleitoral referente à disputa para a prefeitura de São Paulo. A pesquisa, que tem 95% de acerto e margem de erro de 3% para mais ou ara menos, segundo o instituto, foi encomendada pela TV Globo e o jornal Folha de S. Paulo, principais articuladores do golpe de Estado contra o governo do Partido dos Trabalhadores em 2016. Não por acaso a pesquisa expressa mais a oposição destes monopólios e da burguesia que representam ao Partido dos Trabalhadores do que as intenções eleitorais da população da cidade de São Paulo.
A pesquisa revela um quadro inacreditável, Jilmar Tatto (PT), candidato do maior partido do País, partido que já governou a cidade várias vezes, que é candidato do ex-presidente Lula, político mais popular do País, aparece com inacreditável 1% das intenções de voto, junto com o companheiro Antônio Carlos Silva (PCO), além de Vera Lúcia (PSTU), Orlando Silva (PCdoB), Maria Helou (Rede), Joice Hasselmann (PSL) e Filipe Sabará (Novo).
Todos estes atrás de Levy Fidelix (PRTB) com 2% e Arthur Do Val – Mamãe falei, com 3%. No andar de cima, os candidatos que a burguesia quer levar para o segundo turno estão, em primeiro, Celso Russomanno (Republicanos), com 27% das intenções de votos, em segundo o atual prefeito Bruno Covas (PSDB) com 21%, e no meio os candidatos que a burguesia impulsiona contra o PT e que são parte fundamental da manobra de exclusão deste partido, primeiro, Guilherme Boulos (PSOL) com 12% e Márcio França (PSB) com 8%.
Veja abaixo o resultado da pesquisa geral:
- Celso Russomanno: 27%
- Bruno Covas: 21%
- Guilherme Boulos: 12%
- Márcio França: 8%
- Arthur do Val: 3%
- Levy Fidelix: 2%
- Andrea Matarazzo: 2%
- Joice Hasselmann: 1%
- Jilmar Tatto: 1%
- Vera: 1%
- Marina Helou: 1%
- Antônio Carlos: 1%
- Sabará: 0%
- Orlando Silva: 1%
- Branco/ Nulo: 12%
- Não sabe/ Não respondeu: 4%
É uma manipulação evidente na medida em que está completamente em oposição à realidade. Este resultado significaria que o PT perdeu completamente a sua base eleitoral na cidade, que migrou totalmente para Boulos e Marcio França e e ainda para outros candidatos. O PT elegeu o prefeito da cidade cerca de 8 anos atrás com 55% dos votos e nas eleições fraudulentas de 2016, em meio ao golpe que derrubou a presidenta Dilma, o partido teve 16% dos votos dos paulistanos.
Nas igualmente fraudulentas eleições presidenciais de 2018, a cidade de São Paulo deu ao candidato do PT cerca de 19% dos votos e no segundo turno cerca de 40%. Mesmo com toda a manipulação dos dados eleitorais pelos órgãos competentes, podemos ver, no entanto, que o Partido dos Trabalhadores tem um eleitorado fiel na cidade e que esse não pode ser menor que 16%. Essa base eleitoral do PT na cidade, segundo a pesquisa, simplesmente desapareceu.
Já o PSOL disparou de maneira inexplicável. Vejamos os números. Nas eleições de 2012, o candidato do PSOL teve pouco mais de 1% dos votos, em 2016 Erundina, candidata pelo PSOL, teve pouco mais de cerca de 3% dos votos. Nas eleições presidenciais de 2018, Guilherme Boulos, então candidato a presidente pelo PSOL, teve na cidade cerca de 1% dos votos. A base eleitoral do PSOL na cidade está entre 1% e 3%, seu melhor resultado, mas aparece na pesquisa com 12%, o que é um crescimento gigantesco.
Naturalmente que a base do PT não desapareceu, mas está sendo escondida pelos monopólios de comunicação como estratégia de enfraquecimento do partido para permitir que os candidatos da direita ganhem tranquilamente a eleição, inclusive fraudando-a, se necessário, sem causar nenhum escândalo, como causou a fraude que realizaram sem preparação em 2016 em vários locais.
Está manobra está sendo realizada com o apoio da esquerda, notadamente o candidato do PSOL, Guilherme Boulos. É evidente que a burguesia está inflando e apoiando a candidatura Boulos para dar a impressão que diminuiu drasticamente a base eleitoral do PT, dando a entender também que o candidato do PSOL pode vir a ter uma chance de ir para o segundo turno se os votos da esquerda forem para ele, ou seja, não somente escondem os votos, como estimulam a migração destes votos para outros candidatos. Há mesmo um certo caráter na manobra de uma espécie de “lavagem de votos”, que eles vão roubar do PT para apresentá-lo como um partido morto na cidade, para isso apresentam artificialmente o PSOL com uma base eleitoral que ele jamais teve na cidade. É naturalmente uma farsa e um golpe. Ao invés de denunciar o golpe antidemocrático, Boulos se deixa levar pela cortesia da burguesia.
A pesquisa é parte da política da frente ampla, da qual Boulos faz parte, para isolar, pela fraude, o PT, sobretudo a ala lulista. O resultado desta manobra é apresentar o candidato da direita golpista, da frente ampla, que vai ganhar a eleição, provavelmente Covas, como o candidato com legitimidade para massacrar o povo, mas, também, principalmente, fazer coro com a campanha de transformar Lula em coisa do passado, superado por uma “nova” esquerda defensora da frente ampla.