Estudantes da rede pública de educação do estado de Pernambuco protestaram durante a semana na frente de escolas na cidade de Recife. Ainda segundo esses, o problema não se restringe a uma unidade de educação da capital, mas em diversas escolas da região metropolitana da cidade.
Tais denúncias tem circulado pelas redes sociais e aplicativos de mensagens durante algum tempo e ultimamente tem sido foco de reportagens, inclusive da imprensa burguesa. Alguns alunos entrevistados afirmaram que são obrigados a utilizar roupas brancas, tendo de se adaptar ao regime escolar de vestimenta. Tendo em vista que o Estado, por força da lei, é obrigado a disponibilizar o uniforme aos alunos da rede pública, esse sucateia a cada dia as escolas de todas as formas possíveis.
Nesse sentido a política neoliberal continua sendo a mais perversa possível. Enquanto os pais dos alunos muitas vezes estão desempregados, ou subempregados, o governo se esquiva de sua obrigação e aumenta a pressão nas costas do trabalhador, que precisa lidar com mais uma exigência das escolas. Portanto, a política neoliberal se apresenta como um ataque total aos trabalhadores.
Mais do que a opressão dos trabalhadores, a política neoliberal da extrema direita visa diminuir cada vez mais a estrutura da educação pública a fim de sucateá-la, de modo a fazer propaganda pela privatização – isto é, a completa entrega das escolas aos capitalistas. Como consequência inevtável, a política neoliberal leva a uma elitização do acesso ao ensino, uma política da extrema direita que visa aumentar ainda mais as desigualdades sociais através do empobrecimento das classes operárias e camponesas. É através desta estratégia da cobrança de mensalidades nas escolas públicas que será possível sobrar mais dinheiro para o Estado financiar os grandes empresários e burgueses.
Em entrevista o procurador do Ministério Público de Contas, Cristiano Pimentel, afirmou que os casos de compras de uniformes escolares devem ser feitos com antecedência de pelo menos seis meses pois é o tempo que um processo de licitação costuma demorar. Nesse sentidom o último processo estava sendo feito entre o natal e ano novo do ano passado, gerando desconfiança do Tribunal de Contas do Estado sobre superfaturamento e por isso foi cancelado.
De qualquer forma, uma nova licitação deveria ter sido feita para que os materiais chegassem pelo menos a partir de julho, o que aparentemente não aconteceu, visto que no começo de outubro as denuncias a respeito do caso continuam sem que os alunos tenham descrito mudança na situação. É preciso que o movimento estudantil se mobilize para pressionar as autoridades contra as políticas neoliberais da extrema direita e a omissão do estado.