No último dia 25 de março, a maior central sindical da América Latina e a quinta do mundo, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) divulgou uma nota que denuncia a política genocida do governo ilegítimo Bolsonaro, quando do seu último discurso em cadeia nacional de rádio e televisão, caracterizou o surto do coronavírus de “gripezinha” e que medidas como a quarentena seriam pura histeria.
A nota da CUT caracteriza e “repudia à conduta negligente, irresponsável e criminosa do presidente Jair Bolsonaro que, na noite desta terça-feira (24), reiterou seu descaso à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), e, em pronunciamento nacional, fez chacotas e piadas com a necessária prevenção à saúde do povo brasileiro”. A nota termina com o seguinte chamamento aos trabalhadores: “Bolsonaro é o maior empecilho ao enfrentamento da crise sanitária, econômica e social. Ele não tem condições de presidir a nação e não é possível adiar a luta pelo fim do seu governo. Por isso, a CUT se soma ao grito que tem marcado todas as manifestações dos últimos dias: Fora Bolsonaro!”. (Site Cut nacional 25/03/2020)
A nota da CUT vai de encontro, não só às “manifestação dos últimos dias” contra o governo Bolsonaro, mas ao total repúdio da esmagadora maioria da população desde as eleições fraudadas em 2018, quando a burguesia impediu o candidato mais popular, que provavelmente ganharia as eleições ainda no 1º turno. Mesmo com tamanha manipulação nas eleições, Bolsonaro ficou com apenas 39,4% dos votos; dos 146 milhões de eleitores, 89 milhões não votaram no fascista. A comprovação desses números veio logo a seguir nas manifestação no carnaval de 2018, em que a população, em todo o país, num gesto espontâneo nos blocos de rua, entoou a palavra de ordem “ei Bolsonaro vai tomar no…”.
O próprio congresso nacional da CUT, em outubro de 2019, que reuniu milhares de representantes de diversas categorias do país inteiro, aprovou a palavra de ordem de “fim do governo Bolsonaro”, passando por cima de uma parcela da esquerda pequeno-burguesa, que tentava desde 2016 “virar a página do golpe”, buscando uma política de conciliação com aqueles que derrubaram a presidenta Dilma Rousseff, perseguiram e prenderam Lula e que promoveram a fraude eleitoral que levou o fascista Bolsonaro à presidência da República.
A resolução do Congresso Nacional da CUT do “Fora Bolsonaro” deve ser colocada em prática imediatamente como palavra de ordem para atender as necessidades dos trabalhadores e de toda a população, que sofre um sério risco de morte por conta da política genocida dos capitalistas e seus governos, que não tem nenhum plano de combate à pandemia do coronavírus. Não há leitos nos hospitais, equipamentos médicos, materiais de higienização e de prevenção, teste para coronavírus, etc., além disso o que temos são cortes nos salários, aumento do desemprego, aumento da miséria e muito mais.
Nesse sentido, a palavra de ordem da CUT de “Fora Bolsonaro” é mais do que correta. Só os trabalhadores, mobilizados, poderão conquistar as suas, e da população explorada, reivindicações: hospitais, exames, condições reais de quarentena, etc. Organizar, em caráter de urgência um fórum para discutir um programa de emergência diante da crise de saúde e econômica. Depois discutir com os sindicatos e outras organizações populares, para não só derrubar o governo fascista e genocida de Bolsorano, quanto varrer com o regime golpista igualmente genocida.
