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Em menos de duas semanas, 10 pessoas foram assassinadas em três massacres realizado por latifundiários

No dia 22 de março a liderança do MAB no Pará, Dilma Ferreira Silva, foi uma das vítimas do massacre que vitimou três pessoas no Assentamento Salvador Allende, município de Baião, a cerca de 60 quilômetros do município de Tucuruí (PA). Dilma, seu esposo, Claudionor Amaro Costa da Silva, de 42 anos e um conhecido do casal, Milton Lopes, 38, foram encontrados mortos na entrada da residência, onde funcionava um mercado/bar.

No domingo, 24 de março, três corpos carbonizados foram encontrados em uma fazenda localizada nas imediações da vicinal da Martins, na zona rural de Baião, no sudeste do Pará. A fazenda fica a 14 quilômetros do assentamento Salvador Allende, onde aconteceu o primeiro massacre. As vítimas foram Marlete da Silva Oliveira e Raimundo de Jesus Ferreira, caseiros da fazenda, e Venilson Da Silva Santos, tratorista da propriedade.

Após os dois massacres, uma força-tarefa da Polícia Civil foi montada, sob comando do Delegado Geral Alberto Teixeira, a partir de ordem do governador do Estado, Helder Barbalho. Assim que foram ouvidas as duas testemunhas sobre o caso, os policiais civis deram início a “Operação Fire”, que cumpriu, no início da noite de 26 de março, mandado de prisão temporária do principal suspeito, Fernando Ferreira Rosa Filho, conhecido como “Fernandinho”, que seria o mandante dos dois massacres. Fernandinho é acusado de vários crimes na região Sudeste do Pará, tais como: envolvimento com tráfico de drogas, agiotagem, receptação, roubo a banco, homicídio e tentativa de homicídio, e grilagem de terras.

Ainda de acordo com a polícia e segundo os depoimentos coletados, Fernandinho não gostava da “vizinhança” e do fato de parte do assentamento estar em terras que ele dizia serem dele. Isso teria motivado a ordem de assassinar Dilma, seu esposo e o amigo deles. No caso do segundo massacre, de acordo com as testemunhas, os três funcionários da sua fazenda não estavam satisfeitos por não terem seus direitos trabalhistas respeitados, o que poderia vir a ser reclamado judicialmente. Há ainda a denúncia de que o acusado estaria construindo uma pista de pouso clandestina para aeronaves de traficantes de drogas, na fazenda palco do segundo massacre, e por isso, talvez não quisesse ser incomodado por ninguém, muito menos por vizinhos ligados a movimentos sociais e funcionários insatisfeitos.

A polícia confirmou, ainda, que o mandante tinha contato direto com os executores antes, durante e depois dos crimes. Seriam eles quatro irmãos: Marlon Alves, Cosme Francisco Alves, Alan Alves e Glaucimar Francisco Alves. Contra Glaucimar já existia mandado de prisão preventiva em aberto desde 2015, expedido pela Comarca de Tucuruí, por crime de homicídio. Já Marlon é foragido do Sistema Prisional por ação penal também por homicídio. Até o momento apenas o acusado de ser o mandante dos dois massacres, Fernandinho, foi preso.

Os dois massacres são os primeiros registrados pela Comissão Pastoral da Terra em 2019. Com eles, o número de massacres no campo registrados pela CPT de 1985 a 2019, sobe para 47 no total, com 230 vítimas. Em agosto de 2017, diante dos sucessivos massacres ocorridos naquele ano, a CPT criou a página especial Massacres no Campo, com dados de 1985 até os dias atuais. Diante da análise dessas informações, a CPT percebe que esse tipo de crime sempre ocorreu no campo brasileiro, apesar de apenas alguns casos terem ganhado maior notoriedade no cenário nacional e internacional. A Pastoral da Terra registra como massacre quando em um conflito, no mesmo dia, são assassinadas três ou mais pessoas.

Segundo a Comissão Pastoral da Terra no Acre (CPT-AC), e posseiros da região, pelo menos uma liderança do Seringal São Domingos, município de Lábrea, no Amazonas, região de Ponta do Abunã, foi assassinada. Há relatos que mais três pessoas foram assassinadas e há desaparecidos no mesmo seringal, fato que se confirmado pode ser o segundo massacre de sem-terra realizado por latifundiários bolsonaristas em 2019. Centenas de pessoas, inclusive crianças e idosos, tiveram que fugir para a floresta para se esconder dos fascistas.

As denúncias são que pistoleiros invadiram o Seringal São Domingos, atirando em pessoas e colocando fogo em casas e, também, em algumas pessoas que viviam no local. As terras do Seringal São Domingos são terras da União e são disputadas pelas famílias com madeireiros, latifundiários e grileiros de terra da região que cometem constantes abusos e violência contra os sem-terra e indígenas. É preciso denunciar o agravamento da violência no campo e o direito à autodefesa com a imediata formação de Comitês de autodefesa das famílias sem-terra.

Essa situação vai se agravar, pois as medidas do governo dão sinal positivo para esses ataques. Mais do que nunca será necessário implantar os comitês de luta contra o golpe e autodefesa, mobilizando os trabalhadores para o ataque, na luta por direitos. A desestruturação da rede de proteção social, e a criminalização dos movimentos populares, são políticas extremamente graves.

É necessário estarmos unidos, atentos e fortes, na luta contra o fascismo e pela liberdade de Lula e de todos os envolvidos na luta democrática e popular, organizar-se em todos os locais onde os sem terra, os operários, os estudantes e demais setores oprimidos estejam, para derrotar o golpe e os fascistas.

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