No último sábado, dia 22, começou oficialmente a campanha presidencial na Argentina. Vítima de um golpe de Estado que colocou Maurício Macri na presidência nas últimas eleições fraudadas e manipuladas, o País passa por uma de suas piores crises econômicas.
A recessão é resultado do fracasso da política neoliberal de Macri, que colocou abaixo a economia do País de acordo com os desejos do imperialismo. Essa situação está levando o atual presidente golpista a aparecer em desvantagem nas pesquisas eleitorais, perdendo para o candidato da ex-presidenta Cristina Kirchner, Alberto Fernandez.
Assim como no Brasil, a política antipovo da direita golpista praticamente impossibilita a vitória por meio de eleições normais. Isso significa que a burguesia pode estar preparando uma nova fraude eleitoral. Há ameaças de prisão de Kirchner, por exemplo.
A crise é muito profunda e, caso a direita não consiga, mesmo por meio de novos golpes, garantir a vitória de Macri, o regime golpista tende a se desintegrar.
É nesse ponto que devemos prestar atenção ao candidato de Kirchner. A ex-presidenta decidiu se lançar como vice e colocar à frente da chapa um político com maiores ligações com a direita peronista. Alberto Fernandes foi chefe de ganinete durante os governos de Nestor Kirchner e Cristina, mas renunciou no final do último mandato se tornando crítico ao governo de Cristina. Ou seja, um crítico no momento mais delicado do governo, alvo de ataques da direita golpista e imperialista que naquele momento precisava desestabilizar Kirchner para impor Mauricio Macri.
A decisão de Cristina parece uma medida defensiva diante das ameaças dos golpista inclusive de sua prisão. O grande problema é saber primeiro se a manobra eleitoral funcionará, ou seja, se o imperialismo e a direita irão recuar apenas porque Critstina decidiu se lançar como vice. Segundo, é preciso saber se na hipótese de uma vitória da chapa peronista Alberto Fernandes seria um governo aliado do imperialismo.
A Argentina atravessa uma grave crise econômica e política e a única saída é a luta para colocar abaixo todo o regime golpista. As manobras eleitorais, assim como acontece no Brasil, são inócuas e podem levar o povo a uma derrota catastrófica.