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Não há política de moradia

Em meio a crise e desemprego, alugueis sobem quase 20%

Um número para Bolsonaro mostrar, outro para engordar os ricos

Mostrando mais uma vez como as engrenagens estão aí para atender o capital e não a população e, por isso, precisam ser desmontadas, dois índices que medem a inflação mostram grande diferença de um pro outro. Um deles é o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), geralmente usado para reajustar o aluguel pelos proprietários. Segundo esse índice, calculado todos os meses pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável também pela divulgação dos resultados, a inflação dos últimos doze meses para agosto foi de 17,94%. No mínimo curioso que seja uma entidade privada a fornecer o subsídio técnico necessário ao reajuste que beneficia os proprietários.

Já o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um órgão público, mediu a inflação no mesmo período em 2,44%. Como pode o índice para os alugueis ser não apenas diferente, mas muito maior do que o da inflação medida pelo órgão público? Claro que pode-se especular que o índice do IBGE esteja sendo manipulado pelo governo da extrema-direita para mostrar uma inflação menor, haja visto os diversos casos de aparelhamento dos órgãos de estado, especialmente, neste caso, o próprio IBGE. Mas por que os proprietários de imóveis “costumam” usar o outro índice, da fundação privada ?

Na matéria do jornal Estadão, da qual tiramos esses números, a explicação é meramente técnica, claro, com o intuito de esconder os verdadeiros motivos por trás dessa disparidade. O repórter apresenta uma analogia imbecil mais preocupada em justificar que não há motivos para o cidadão e o inquilino se preocuparem do que em discorrer porque de fato essa classe burguesa leva uma vantagem assombrosa sobre o restante da população, especialmente em um momento de crise que se aprofunda como o atual. Além de tentar esconder a verdadeira situação de exploração desmedida, a matéria cita que esse índice é calculado com base em pesquisas de preços que impactam mais comércio e indústrias o que, com o dólar na estratosfera e o recuo da demanda, teria elevado grandemente o número. É composto em 60% por variação dos preços do atacado e apenas 30% dos do custo de vida. Justificam que o índice deveria se aplicar a imóveis comerciais.

Ou seja, foi um índice criado especialmente para agradar aos burgueses proprietários de imóveis e adotado na maior cara de pau pelos seus funcionários no poder político. Logo, a razão dessa disparidade não é outra se não a política. Ao contrário do que o Estadão, empresa de imprensa completamente voltada à defesa dos interesses dos grandes capitalistas, tenta justificar com tecnicalidades vazias, o problema é que a criação e a adoção deste índice em contratos de aluguel deriva do fato de as leis que regem os contratos permitirem, porque as leis são feitas para atender o capital. O Brasil é um país que não se interessa pelas condições de vida da população.

Aqui é para o capital explorar e engordar, não para atender o povo, pensam eles, e eles precisam ser expulsos, em benefício da população. Continuando a estupidez conformista da matéria do jornal pró-rico, o redator alega que, em algum momento no futuro, esses índices vão se encontrar, aproximando mais os números. Mas e daí? Os contratos já estarão reajustados. E quanto a isso, a solução do panfleto de rico travestido de jornal, é que os inquilinos negociem com donos de imóvel, que façam uma media entre o IGP-M e o IPCA, ou seja, é a velha ideia da negociação individual, que todos sabem que redunda em ganho do mais rico e que é, afinal, mais uma desculpa para jogar a culpa pelo aluguel alto no próprio inquilino que “não soube negociar”. O que essa ideia faz na verdade é camuflar a realidade de superexploração da população pelos capitalistas. O sistema que cria essas condições humilhantes de massacre das pessoas precisa ser destruído, essa é a proposta revolucionária que faz sentido e que de fato vai mudar alguma coisa.

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