Enquanto Bolsonaro demagogicamente se diz nacionalista quanto a defesa da Amazônia, joga por outro lado a indústria nacional aos leões imperialistas.
Em uma medida que causou polêmica em setores da indústria brasileira, o governo Bolsonaro sob a tutela de Paulo Guedes, decidiu reduzir a zero as taxas de importação de de 281 bens de capital e de informática. A medida foi publicada no Diário Oficial da União nessa sexta-feira, e começará a valer em dois dias, durando até o ano de 2021.
O objetivo do governo é claro: com tal medida, é entregue com as duas mãos todo o mercado brasileiro à empresas estrangeiras, que antes sob uma singela proteção, era capaz de ser disputado por empresas nacionais. Dessa forma, produtos que já são produzidos no país terão que disputar espaços com iguais que provém de empresas estrangeiras. Contudo, como já se sabe, estas empresas imperialistas detém já grande controle do mercado internacional e, devido a seu grande número de capital e mão de obra barata de todo o mundo, virá e destruirá a já fragilizada economia nacional, tomando conta de todo o mercado.
Com este fato, vemos 260 bens de capital tendo nenhuma taxa vindo ao Brasil, indo desde bens de informática e telecomunicações à também motores a diesel e guindastes.
De acordo com o golpista Paulo Guedes, a intenção é “jogar a a indústria nacional aos leões para ela poder desenvolver seu instinto de sobrevivência”. É visível novamente o cinismo nas suas palavras, que levam em conta um suposto estudo que demostraria que, ao abrir totalmente o mercado para os países imperialistas, traria benefícios ao Brasil.
No entanto, devido a essa entrega generalizada do governo ao imperialismo, a indústria nacional contestou a medida, aprofundando as contradições internas do regime.
De acordo com a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), os participantes do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada) deturparam a metodologia usada internacionalmente para calcular-se os efeitos das tarifas. Acusando também de manipularem os resultados, forjando números favoráveis as intenções do governo e do imperialismo.
Outros dados chamam a atenção. De acordo também com a pesquisa realizada pela associação, os efeitos dessa abertura radical do mercado acarretaria no aumento em 3 milhões de desempregados, como também, as previsões de aumento no PIB nada mais seriam que uma farsa, já que a pesquisa usada como base pelo governo, utiliza-se de dados datados, de 20 anos atrás.
Dessa forma, fica exposto alguns pontos fundamentais. O governo Bolsonaro está disposto a entregar por completo o Brasil na mão dos países imperialistas, além disso, as supostas pesquisas embasadas que dão suporte a isso e são propagadas pela imprensa mostram-se completamente forjadas. Por outro lado, os ataques do governo a economia nacional são tão profundos que, ao agir dessa forma, abre e aprofunda uma crise com os setores mais frágeis da indústria brasileira, que temem ser abocanhados pelos tubarões do imperialismo.
Com este desenvolvimento, todos os problemas recaem nos ombros dos trabalhadores, que sofrerão não apenas com o desmantelamento do mercado nacional, com a mudança de preços conforme os interesses internacionais, mas com também todo o desemprego e uma série de ataques aos seus direitos básicos.
