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Um balanço inicial

Em eleições fraudulentas, direita se impõe na maioria das cidades

Direita golpista vence na maioria das capitais e cidades do País em eleições fraudulentas, armadas para conter a polarização política

Como vimos caracterizando já a algum tempo, muito antes de se colocarem no cenário político do País, as eleições municipais deste ano – ainda mais do que já ocorreu em 2016, já sob o golpe de Estado – se desenvolveram sob a marca indelével da fraude e também da mais grotesca manipulação,  sendo as primeiras que foram realizadas sob a vigência da antidemocrática “reforma” eleitoral de 2017, que visou garantir o monopólio da representação política para os tradicionais partidos da direita golpista.

Além disso, elas foram  concebidas e organizadas para o favorecimento aberto e direto da direita tradicional (frente ampla), neutralizando ou pelo menos minimizando a polarização entre a esquerda vinculada aos movimentos de luta dos trabalhadores e das massas populares, representada pelo PT, e por outro lado a extrema direita bolsonarista, que buscou apoiar diversas candidaturas com este perfil (delegados, policiais, militares e outros).

Todo o esforço da venal imprensa, dos institutos de pesquisa e outros setores que exercem influência sobre a opinião pública, esteve voltado para tentar demonstrar que o eleitorado nacional rejeita os extremos (Lula e Bolsonaro) ou seja, estaria dando preferência, no momento do voto, para o chamado centro político, ou a direita tradicional, responsável pelo golpe de Estado, pela condenação e prisão ilegal de Lula e pelos maiores retrocessos nas condições de vida da história do País.

O desenvolvimento da “campanha” em si confirmou, do ponto de vista das coordenadas gerais, o que o Partido da Causa Operária havia prognosticado. Na verdade é uma figura de linguagem dizer que houve campanha. Não houve. Pelo menos não no sentido amplo do termo. Ela durou menos de 45 dias e este, praticamente, restrita à restritas propaganda eleitoral no rádio e TV e na imprensa golpista de um modo geral. A ausência de uma verdadeira campanha e todas as demais outras restrições impostas pela legislação tiveram por propósito amputar das eleições a participação popular, o que obviamente, fez parte de uma das estratégias do conjunto do regime político – em particular, a direita tradicional dita “civilizada” – para garantir a vitória deste setor, expressa, de uma forma geral, no bloco político da chamada frente ampla, a frente da direita golpista com setores da esquerda capituladora que lhe acompanha.

Desta forma, a manobra concertada de forma hábil pela direita golpista deu o tom da campanha nas principais cidades e especialmente nas grandes capitais, termômetro para uma avaliação mais precisa do quadro que surgirá das urnas nestas eleições, assim como uma prévia do que poderá se colocar no cenário das eleições gerais de 2022.      

A maior preocupação dos setores golpistas que pretendem se impor como os “novos” protagonistas, retomando o comando do eixo central da política nacional, esteve centrado no trabalho de marginalizar e isolar o Partido dos Trabalhadores. Para o lugar deste, a burguesia envidou esforços para impulsionar no cenário político-eleitoral uma “nova” alternativa de esquerda, mais palatável e confiável aos olhos do regime burguês. 

Não só nesta campanha mas em diversos outros episódios que marcaram o desenvolvimento da situação política do país no último período, um partido se destacou por sua atuação exatamente como vem desejando a burguesia e a direita tradicional, o PSOL. Esta legenda de esquerda que dá abrigo a elementos da pequena-burguesia com vínculos estreitos com importantes setores da burguesia, do setor financeiro (Armínio Fraga) e até mesmo do bolsonarismo e que atuou como um dos principais avalista da operação fraudulenta armada em torno das eleições.

A euforia da imprensa com a candidatura de Guilherme Boulos na maior e mais importante cidade do país, atesta com exatidão esta manobra que tem como objetivo fundamental fazer o PSOL aparecer como a “nova esquerda” nacional, em substituição ao PT, por escolha da direita golpista. Durante toda a campanha, na capital paulistana, o esforço da imprensa esteve voltado para alijar a candidatura petista (Jilmar Tatto), manipulando de forma escancarada as pesquisas, o que é a expressão do caráter completamente fraudulento do pleito municipal de 2020, como também escancaradamente em outras capitais.

Em várias outras importantes capitais a manipulação das pesquisas esteve também a serviço da fraude, sempre envolvendo as candidaturas do Partido dos Trabalhadores. No Rio de Janeiro (Benedita da Silva) e em Recife (Marília Arraes), por exemplos,  a imprensa e os institutos de pesquisas trabalharam ativamente para desqualificar e isolar o PT. As urnas revelaram e confirmaram esta manobra fraudulenta, pois as candidaturas petistas alcançaram percentuais acima do que havia sido projetado pelos institutos de pesquisa fraudadores. No caso do Rio, a manobra da direita comandada pela Globo e por setores da “nova esquerda” como Caetano Veloso, insistiram até as vésperas das eleições que a esquerda deveria se unir em torno da campanha da ex-chefe de Polícia e candidata do PDT, Martha Rocha, agindo para desviar votos da petista que – ficou provado – tinha maiores chances de chegar ao segundo turno do que as pesquisas indicavam.

A propalada “vitória” da direita (DEM, particularmente) vem sendo destacada como uma prova de revitalização deste setor, visto pelos analistas burgueses como expressão da “posição moderada” do eleitorado nessas eleições. Nada mais falso. A direita nacional, em todas as suas formas de expressão, é amplamente repudiada pelo conjunto da população, responsável não só pelo golpe de Estado, como implementadora de todos os maiores ataques, junto com a extrema direta, às condições de vida do povo trabalhador e das massas populares. A eleição de alguns candidatos deste setor da direita nacional, já no primeiro turno (Rafael Greca/Curitiba; Bruno Reis/Salvador;  Gean Loureiro/Florianópolis) e a ida de vários outros para o segundo turno, que pode levar à direita a conquistar 80% das capitais ou mais como prevíamos aqui nesse Diário, é o resultado desta fraude, desta manipulação, da estratégia golpista de fazer ressuscitar as velhas máfias oligárquicas, todas elas desmoralizadas perante os olhos da população.

O que está em curso – e as eleições são parte desta manobra fraudulenta –  é a mesma engenharia concertada nos Estados Unidos com a provável confirmação da vitória do candidato democrata, Joe Biden, apresentado ao mundo como o representante da “civilização” contra a barbárie (Trump). Aqui no Brasil, a mesma fraudulenta manobra está em curso para isolar os representantes dos extremos (Lula e Bolsonaro), com o propósito de viabilizar uma frente reacionária (frente ampla) como alternativa às eleições presidenciais de 2022.  

O PCO foi o único partido nacional que realizou uma campanha não somente sem alimentar ilusões na possibilidade de que qualquer dos problemas mais sentidos do povo trabalhador possa ser resolvido no terreno eleitoral, como se colocou claramente como o único que realizou uma vigorosa campanha de denúncia do caráter fraudulento, antidemocrático e manipulador das eleições.

Foi o único partido que através de suas candidaturas levantou os problemas atinentes aos grandes temas nacionais, como a luta pelo Forta Bolsonaro, pela derrota do golpe de Estado, pela anulação de todos os processos contra o ex-presidente Lula, ao mesmo tempo que erguemos a bandeira da sua candidatura à presidência em 2022.

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