O PCdoB é o maior defensor da chamada Frente Ampla e, junto com Guilherme Boulos do PSOL, fazem uma enorme propaganda dessa política direitista dentro dos movimentos de esquerda.
Recentemente, a Comissão Política Nacional (CPN) do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) realizou uma reunião e destacou que a “frente ampla brota com vigor” e fez duros ataques a esquerda que denuncia a política de aliança com a direita que realizou o golpe em 2016, prendeu Lula e ajudou abertamente a fraude que elegeu Bolsonaro.
O documento da Comissão Política Nacional (CPN) do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) divulgado chama-se Frente ampla para isolar e derrotar Bolsonaro e revela um certo desespero ao atacar a esquerda.
Em primeiro lugar, o documento elogia a frente ampla no Congresso Nacional e coloca que o principal entrave a política da frente ampla estaria no campo da esquerda. “Contudo, especialmente no campo da esquerda, persistem negativamente concepções e condutas políticas errôneas que subestimam a frente ampla e criam obstáculos à união de forças, ou mesmo até a hostilizam, atacando o diálogo que visa à sua construção”, diz o documento.
A afirmação está correta, pois grande parte da esquerda e dos trabalhadores rejeita amplamente a chamada Frente Ampla. Não é a toa porque foram os setores que sofreram o golpe da direita que compõe a frente ampla e que estão sofrendo com as políticas de destruição dos direitos da população e dos trabalhadores.
Fica evidente que a direita que deu o golpe e é completamente rejeitada pela população queira entrar na frente ampla e ser “reciclada” e sair da rotulação de golpista, entreguista e fascista. É o caso de Fernando Henrique Cardoso, Marina Silva, Rodrigo Maia, João Doria, Wilson Witzel e diversos partidos da direita que apoiaram o golpe e Bolsonaro. Esse é o único objetivo da frente ampla.
Ainda vai mais longe e afirma que “quem ganha com a frente ampla é a nação e a classe a trabalhadora. É a causa da democracia, da defesa do Brasil e dos direitos do povo. Quem perde com a frente ampla é o governo da extrema-direita, o fascismo, o imperialismo estadunidense que tem em Bolsonaro um governo servil.”
O parágrafo acima é ainda mais enganoso. Qual seria a vantagem para a classe trabalhadora em se aliar com setores que apoiaram o fascismo, o golpe e a extrema direita até poucos meses atrás. E devemos lembrar que mesmo após a subida do fascista Jair Bolsonaro, esse centrão do Congresso Nacional apoiou todos, reiteramos todos, os ataques a classe trabalhadora. Como cortes no orçamento, privatizações em massa, destruição da CLT, destruição do sistema previdenciário, ataques aos trabalhadores sem-terra entre muitos outros. Toda essa política, ao contrário do que é dito no documento da direção do PCdoB, é favorável a um governo servil, capacho do imperialismo e entreguista.
Desespero do PCdoB
O PCdoB mostra desespero porque um setor importante do PT e da esquerda rejeita amplamente a frente ampla. A aliança com a direita que trabalhou incansavelmente para o golpe, como o PSDB, é algo completamente impopular entre os trabalhadores.
A frente ampla tem que ser denunciada porque é uma operação para inserir essa direita golpista e nojenta entre os trabalhadores e colocar todo o movimento da esquerda a reboque da direita que não quer a saída de Bolsonaro, mas busca apenas uma maneira de controlar seus “excessos”.
Essa frente não traria nenhum benefício para os trabalhadores e muito menos na luta contra Bolsonaro. É preciso se apoiar na população e suas organizações que possuem milhões de pessoas na sua base que não apoiam nenhuma medida colocada em prática por Bolsonaro e apoiada amplamente pelo “centrão”.
Nada de frente ampla. É preciso mobilizar os trabalhadores nas ruas, organizar greve e colocar a população para derrubar o governo Bolsonaro.