Lideranças indígenas do Rio Grande do Sul estão recebendo uma série de visitas, intimidações e questionamentos por representantes do exército brasileiro e do governo golpista do Estado. Segundo os indígenas Guarani Mbya, as ações ocorreram dentro das comunidades de Capivari, Canta Galo, Estiva e Itapoã.
Em todas as comunidades indígenas os militares e as entidades do governo golpista fizeram um verdadeiro interrogatório sobre as comunidades, desde comportamento, questões de saúde e sobre as terras indígenas ou em processo de demarcação. A ação dos militares gerou um clima de tensão entre os indígenas porque nunca passaram por este tipo intimidação das forças armadas.
A tensão entre os indígenas não é por acaso. Desde o anúncio da vitória de Bolsonaro nas eleições fraudadas, houveram diversos ataques contra os povos indígenas. A ação dos militares é mais um indicativo de que está sendo preparada uma grande ofensiva contra os povos indígenas. O fascista Bolsonaro já deu mais de uma vez declarações sobre demarcação de novas terras indígenas, revisão das terras já demarcadas e da exploração de latifundiários, mineradoras e madeireiras de territórios indígenas.
Há um enorme interesse do imperialismo em tomar e explorar as terras indígenas. O golpe de Estado que derrubou a presidente Dilma Roussef foi colocado em prática para entregar as riquezas do país nas mãos de latifundiários, madeireiras e mineradoras estrangeiras, e levar Bolsonaro e os militares para o poder é um agravamento da entrega desses recursos.
É preciso denunciar a atuação golpista das Forças Armadas e impedir que os territórios indígenas sejam invadidos pelo Estado para qualquer tipo de intimidação. A derrota desta ofensiva, que tende a se agravar ainda mais, só pode ser alcançada com a unidade dos indígenas com outros setores da luta pela terra e os trabalhadores da cidade.