A política neoliberal aplicada no Brasil pelo golpista Jair Bolsonaro e seu ministro da Economia, o “chicago boy” Paulo Guedes, tem rendido bons frutos para os banqueiros. Nesse setor, quem mais têm lucrado é o Santander. O banco de origem espanhola divulgou, nesta quarta-feira (29), que em 2019 obteve lucro de R$ 14,5 bilhões, um aumento de 17% em relação a 2018.
O lucro foi alimentado através de operações de crédito, cobrança de tarifas, serviços e fundos de investimento. Os dados revelam o aumento de 8,4% da margem financeira, que é a receita com crédito, e dos ganhos com tarifas bancárias no período.
A concessão de crédito a pessoas físicas via crédito imobiliário e cartão de crédito subiu 17%. Empréstimos a micro, pequenas e médias empresas representaram crescimento de 15,4% em 2019 para R$ 41,2 bilhões. Já às grandes companhias, os empréstimos cresceram a 12%, a R$ 97 bilhões. Todos os números levaram o Santander a alcançar 10% da participação do mercado de crédito em novembro, o maior patamar em dez anos.
Da parte do governo, Bolsonaro vem trabalhando para que o lucro dos bancos aumente ainda mais, o que justifica o otimismo dos banqueiros. Com o objetivo claro de destruir os bancos públicos, Bolsonaro abre caminho para a consolidação do monopólio de bancos privados no Brasil.
À categoria dos bancários, resta a luta. Esses trabalhadores têm sofrido duros ataques com o sucateamento dos bancos públicos. Os funcionários dos bancos privados vêm penando com as mudanças nas leis trabalhistas e todo tipo de abuso como já noticiamos neste Diário.
Para o Santander está tudo ótimo. Em 2019, o banco abriu 45 novas agências. Já o Banco do Brasil, por exemplo fechou 463 agências e diminuiu o número de funcionários em 3360, de setembro de 2018 a setembro de 2019. A Caixa Econômica fechou 46 agências e baixou o número de empregados em 1341, no mesmo período.
Enquanto a classe parasitária de banqueiros e especuladores lucra como nunca, os brasileiros estão cada dia mais endividados: quase 66% da população. Trata-se do maior patamar da série histórica da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) desde janeiro de 2010.
Esse é o capitalismo, ainda mais sob o golpe de Estado. Enquanto o povo fica mais pobre e os trabalhadores dos bancos são ainda mais duramente explorados, os banqueiros aumentam seus lucros sem qualquer esforço, apenas vivendo de especulação.