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Eleitor de Lula nem votar pode: 3,4 mi de títulos são cancelados, maioria no Nordeste

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou na segunda (24) que cancelou nada menos que 3,4 milhões de títulos de eleitor sob a justificativa de não comparecimento ao cadastro biométrico – realizado desde 2016. Quase metade dos eleitores impedidos de votar pela decisão arbitrária são do Nordeste – região que tradicionalmente vota na esquerda e em Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão foi confirmada pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) por 7 votos a 2 na quarta (26).

Conforme previsto nas análises do PCO desde 2016, os golpistas manipulam e controlam as eleições de todas as maneiras à sua disposição. O principal candidato, Lula, está encarcerado numa masmorra da Lava-Jato em Curitiba, isolado, impedido de concorrer, de dar entrevistas e de ter seu nome sequer citado na campanha eleitoral do PT. Diversas candidaturas de esquerda – como as do PCO – vêm sofrendo uma saraivada de processos de impugnação por motivos fúteis, aceitos incondicionalmente pelos Tribunais Regionais. A regulamentação eleitoral impede todo tipo de propaganda popular: faixas, bandeiras, carros de som: tudo vetado nos escassos 45 dias de campanha que restaram após a reforma golpista na legislação da área. A imprensa se mantém firme em sua campanha pela direita: para a direita, todo espaço e toda cobertura possíveis; para a esquerda, o boicote, as notícias falsas, a calúnia.

Evidentemente, o cancelamento dos títulos dos nordestinos é uma ação visando a reduzir a votação na esquerda justamente onde ela é mais forte. O cadastramento biométrico é difícil em regiões remotas, com população pobre – justamente aqueles que lograram sair da pobreza durante os governos do Partido dos Trabalhadores. A maior parte dessa população está no Nordeste: região tradicionalmente vilipendiada tanto pelo coronelismo local quanto pelo imperialismo. Assim como no caso das impugnações das candidaturas de Lula e do PCO, trata-se do uso de um expediente jurídico-burocrático com finalidades políticas. Uma manobra arbitrária quanto tantas outras de que a burguesia lança mão para manipular as eleições: uma arte que dominam há décadas e hoje, como em todo regime golpista, é levada ao extremo.

O TSE informou que na verdade o cancelamento de títulos poderia atingir a casa dos 5,6 milhões de eleitores em 1.248 municípios de 22 estados. Seria 10% do eleitorado de esquerda. Rosa Weber, presidente do Tribunal, já avisa de antemão o viés da manobra. Segundo a Ministra – uma das que apoiou o avanço do golpe em vários momentos, como na negação do habeas corpus de Lula: “À luz das informações prestadas pelas áreas técnicas deste tribunal superior, eventual suspensão das normas autorizadoras do cancelamento dos títulos eleitorais implicará o comprometimento do calendário eleitoral, fora elevados custos exigidos para o refazimento das diversas etapas do pleito”. Um palavrório administrativo arrevesado para dizer que voltar atrás no cancelamento dos títulos atrapalharia a contabilidade eleitoral dos golpistas.

É de se espantar que com tamanha perseguição e articulação dos golpistas, grupos da esquerda insistam em acreditar na via eleitoral como remédio para o brutal avanço do imperialismo sobre os direitos dos trabalhadores brasileiros. As eleições são completamente manipuladas pelos golpistas, que têm inclusive militares prepostos diretos do imperialismo empoleirados em algos cargos da República, como o general Sérgio Etchegoyen, Ministro-Chefe do Gabinete de Segurança Institucional do Palácio do Planalto, ou o general Fernando Azevedo e Silva, assessor do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli.

Acresce que agora, por meio do movimento #EleNão, cria-se um falso movimento popular que luta contra o fascismo no campo das opiniões, destinado a transferir votos do nazista Jair Bolsonaro (PSL) para um candidato preferencial da burguesia – como Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) ou Ciro Gomes (PDT). Este último serve ainda para dividir votos da esquerda com o PT, tirando Fernando Haddad do segundo turno. Evidentemente, o fascismo só pode ser derrotado por meio da organização da autodefesa dos trabalhadores, por meio da ação, e não por meio de campanhas eleitorais.

Esses indícios materiais tornam claro que não é possível superar o golpe pela via eleitoral, mas somente pela mudança na relação real de forças políticas: de um lado, os golpistas têm o mando de campo, com todas as instituições funcionando a seu favor. De outro lado, os trabalhadores contam com sua capacidade de mobilização e organização, e seus instrumentos tradicionais de luta. Por isso, nenhuma fé nas eleições. Nenhuma unidade com a direita em seus falsos movimentos de massa. O golpe e o fascismo só podem ser derrotados com o povo organizado nas ruas.

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