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Fraude e mais fraude

Eleições: o balanço da imprensa burguesa e o da esquerda

A esquerda está capitulando diante das posições da burguesia, inclusive usando de seu balanço das fraudulentas eleições municipais para traçar sua própria política

As eleições fraudulentas de 2020, que ocorreram no último domingo (15/11), deram a vitória aos partidos mais impopulares do País, o bloco político que é sustentáculo do regime: o Centrão. O bloco representado, principalmente, pelas figuras como Rodrigo Maia (DEM) e David Alcolumbre (DEM), a antigo ARENA, partido da ditadura militar que também já foi PFL, foi sem dúvidas foi o maior vitorioso dessa farsa chamada eleições municipais.

O balanço dessa falsificação, desse vitória do bloco direitista através das eleições controladas por eles próprios vai no sentido de forçar um racha entre o eleitorado operário e o de classe média, para viabilizar uma chapa em que o Partido dos Trabalhadores não tenham nenhuma condição de liderar. Essa chapa, que ainda não está definida, é o avanço da política de frente ampla; um acordo da esquerda do regime com a própria burguesia golpista que, em 2018, não conseguiu lançar um candidato com chances de vitória para  presidente da república.

 

A farsa que prepara um regime sem o PT 

 

A burguesia prepara um regime político em que o Partido dos Trabalhadores não tenha nenhum espaço importante, visto o resultado eleitoral. Os grandes vitoriosos foram DEM, PP, PSD e Republicanos, que são conhecidos como sendo os comandantes das máfias políticas que controlam o reacionário Congresso Nacional

A vitória desse bloco é uma derrota para esquerda de conjunto e principalmente para o PT, porque com o número reduzido de prefeituras que conquistou, terá uma chance reduzida nas eleições  para o Congresso Nacional, em condições semelhantes às atuais, porque a imensa maioria das máquinas estatais dos municípios está com o bloco político rival. O que deixa o PT em condições extremamente desfavoráveis em 2022.

Aliás, a vitória do Centrão no congresso só se dá, obviamente, pelo poder estatal dos municípios, em eleições que forma armadas para dar a vitória para as máquinas políticas da burguesia, sem campanha eleitoral e sob um intenso controle da imprensa golpista. 

De todos os partidos de esquerda, por ter o maior eleitorado e uma presença importante no movimento operário, o PT é o que sofre ele sofre uma pressão real como partido que tem o apoio de uma parcela importante da classe operária e de movimentos de luta dos explorados. Basta dar uma rápida olhada nos sindicatos filiados à Central Única dos Trabalhadores que qualquer pessoa entende porque a burguesia não quer esse partido em específico. O PT tem uma ligação real com as massas e principalmente nas suas organizações.  Por isso, o repetitivo “PT não!” da burguesia. 

 

PSOL: a esquerda que a direita gosta

 

Mas, para ser uma manobra bem-sucedida, não basta tirar o PT do quadro político geral. Extirpar o PT na força bruta ou na arbitrariedade completa, como quis a Lava Jato, é uma operação difícil. Porque isso, sem dúvidas, fortaleceria o partido de Lula. As duas operações do golpe que atingiram em cheio o PT foram as mais delicadas para burguesia.

A esquerda que precisa substituir o PT, do ponto de vista da burguesia, é uma esquerda que aglutine os setores de classe média, pequeno-burgueses, pacifistas e dóceis. Para isso nada mais oportuno do que os partidos da esquerda pequeno-burguesa. PCB, UP, PCdoB e o favorito da burguesia, a “liderança”, a legenda do PSOL.

Nessas condições, o segundo turno em São Paulo – mais importante cidade do País – foi especialmente montado pela burguesia paulista, como a FIESP e outros blocos da burguesia entre Boulos e Covas. Covas, ou melhor dizendo o PSDB, não poderia ficar de fora, com a tranquilidade de que todo aparato estatal está ao seu favor, conta cm amplo apoio da burguesia. Agora o bibelô do segundo turno, a figura que aparece na “medalha de prata” da fraude, é aquele que a burguesia quer no lugar de Lula. Uma figura sem lastro social real, artificial, sem história; uma elemento pequeno-burguês cuja carreira política se construiu com amplo apoio à política da burguesia de atacar o PT pela direita.

 

Vera Magalhães: “reabilitar o centro, sufocar o PT!” 

 

O balanço da fraude eleitoral feito por uma das maiores colunistas da burguesia, que escreve no jornal golpista O Estado de S. Paulo, foi em clima de vitória. Intitulado “Há espaço contra polarização Bolsonaro-PT“, o artigo de Vera Magalhães comemora e tentar explicar o inexplicável: como um grupo que não tem voto, não é nada popular, retira o direito dos trabalhadores a toque de caixa, articular um golpe de Estado, ganha a eleição? O povo elegeu Temer? Na linha de raciocínio de Vera, se fosse hoje elegeria.  Porque, na análise política da Globo, sob a pena de Vera, a população quer os golpistas contra a polarização. Nada mais falso. O que está acontecendo no país é o avesso do que está colocado nas páginas do Estadão, a polarização está se acirrando. A manobra, o que tenta ser apresentado, a explicação do inexplicável, é justamente encaixar a fraude a realidade. Justamente para conter a temida polarização, que é o fortalecimento da esquerda mais operária.  

E aqui vale destacar uma citação da articulista direitista:

“A terceira conclusão é o surgimento de uma nova esquerda não petista com musculatura em todo o País. PSOL, PDT, PSB e até o PC do B, com histórico de ser um satélite petista, vão avançando em várias capitais, ao passo que o PT tem a cabeça de chapa em apenas duas disputas de segundo turno – sem ser favorito em nenhuma delas.”  

A política da burguesia é justamente a citada acima: colocar novamente o Centrão como sustentáculo do regime e rachar a esquerda, apoiando a esquerda mais pequeno-burguesa e burguesa.

Para isso , não economizam palavras para falsificar o balaço das eleições fraudulentas. O PT realmente foi muito mal nas eleições, mas o crescimento da “nova esquerda” é inexpressivo. Quem cresceu mesmo foi a direita. O PSOL, por exemplo, conseguiu apenas quatro prefeituras, sendo que uma delas foi conquistada por um candidato “socialista” latifundiário.  

O balanço da burguesia, que é apresentada por meio da “equação”: “vitória do centrão”, mais “fortalecimento da nova esquerda”, igual  a “Derrota do Bolsonarismo”, só tem de verdadeiro o primeiro ponto. 

 

O balanço da esquerda é o da burguesia 

 

A esquerda está sendo convencida a tomar como verdadeiro o falso balanço que a burguesia faz das eleições.

O que está colocando a mesma em um rodopio desorientado rumo a novas derrotas.

Não houve derrota do bolsonarismo, houve a vitória do seu maior sustentáculo: a direita tradicional. A derrota da esquerda foi acachapante, e está sendo referendada com votos de confiança que só trazem mais derrotas ainda para a população.

É necessário romper com as ilusões, essas eleições foram um jogo de cartas marcadas da burguesia para aprofundar o regime golpista. É necessária uma mobilização de massas para derrubar Bolsonaro nas ruas e impor uma verdadeira derrota aos golpistas. 

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