Neste dia 3, ocorreu a chamada Super Terça das primárias democratas nos Estados Unidos da América (EUA). A votação em 14 dos 50 estados, contemplando os estados mais populosos dos EUA (Califórnia e Texas), deu a vitória a Joe Biden, ex-vice de Obama, que ganhou em 9 dos 14 estados disputados e passou a liderar a corrida, que agora se dá entre Biden e Bernie Sanders.
Conhecida por este nome por definir um terço dos delegados que elegerão o candidato à presidente, a vitória de Biden só foi possível graças à manobra de outras candidaturas da direita do partido democrata – tidas como “moderadas” pela imprensa capitalista – e que se agruparam contra a candidatura de Sanders.
Amy Klobuchar, Pete Buttgieg e o biolionário Michael Bloomberg retiraram suas candidaturas para apoiarem Biden. A imprensa burguesa noticiou como sendo uma tentativa dos “moderados contra o radicalismo (Sanders)”, ou seja, contra a polarização que se expressa na candidatura do senador de esquerda socialista.
“Três meses atrás, entrei na corrida para derrotar Donald Trump. Hoje vou embora pela mesma razão. Derrotar Trump começa com a união pelo candidato com a melhor chance de fazê-lo. Está claro que este candidato é o meu amigo e um grande americano, Joe Biden”, disse Bloomberg no Twitter.
Se por um lado, a direita do partido Democrata se unifica em torno de Biden e procura isolar Sanders. Este último segue apoiado pela juventude. O programa que Bernie Sanders prega ecoa muito profundamente nos jovens, muitos dos quais estão começando sua vida financeira no pós-crise econômica mundial de 2008, com muitas mais dificuldades do que as gerações anteriores. Enfrentam muitos obstáculos para conseguir uma casa própria, pagar despesas com saúde e uma faculdade. Daí a imprensa burguesa destacar que esses jovens não se importam com o termo “socialista” usado por Sanders.
É este fenômeno que faz com que a burguesia tenha passado à política de isolar Sanders. A direita do partido Democrata (na realidade quase todo o partido) está se unificando contra Sanders devido à preocupação com a polarização política, ou seja, com o deslocamento da população à esquerda, contra o regime e contra Trump, que se expressa na candidatura de Sanders.