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Um sinal para o Brasil

Eleições no Equador e a política de Biden para a América Latina

Vitória do golpe no Equador revela política do imperialismo para o continente.

Neste domingo, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador, havia divulgado os resultados preliminares do segundo turno das eleições presidenciais no país colocando como garantida a vitória do direitista Guillermo Lasso, do Criando Oportunidades (Creo). A vitória, oficializada no dia seguinte, foi mais uma derrota para a esquerda latino-americana, e a comprovação na prática, de que a política de Joe Biden e do imperialismo para o continente, é de aprofundar os golpes de estado.

Lasso saiu vitorioso com mais de 5% de vantagem contra o candidato da esquerda pequeno-burguesa, Andrés Arauz, da União pela Esperança (Unes). Sua vitória, corresponde a uma continuidade direta do governo golpista, formado por Lenin Moreno, após a derrubada de Rafael Correa, então presidente equatoriano.

Guilherme Lasso, é proprietário de uma rede financeira, que incluem Banco Guayaquil, um dos maiores do Equador, além de enriquecer em meio de uma das mais profundas crises sociais do Equador nas últimas décadas, o chamado “feriado bancário” de 1999, que gerou um decreto presidencial do qual congelou por um ano contas de milhões de equatorianos, para salvar o sistema financeiro.

Crise de 1999.

Com sua vitória, a política neoliberal implementada pelo governo golpista tende a apenas se aprofundar. O ex-banqueiro e empresário participante de diversos conglomerados financeiros, já declarou sua subserviência ao Fundo Monetário Internacional (FMI), responsável por, a troco de pesados empréstimos, tomar as rédeas econômicas do país e colocá-lo sob a base da política imperialista.

De acordo com Lasso “Não vamos ignorar o acordo com o Fundo Monetário Internacional”. Em seu programa, o direitista promete travar a famosa “luta contra a corrupção”, ligado diretamente a perseguição política feita contra a principal liderança da esquerda equatoriana, Rafael Correa, e “atrair investimentos estrangeiros”. Além disso, o capitalista é próximo da Opus Dei, um dos setores mais fascistas da Igreja Católica, e defensor ferrenho da campanha anti-aborto, mesmo em caso de estupro. Lasso defende sua posição fascista colocando que “um dos meus princípios é a defesa da vida desde a concepção até a morte natural”.

A eleição deste fascista, evidencia o caminho que segue todos os países que sofreram golpes na América Latina. Com o impedimento do principal candidato da esquerda equatoriana, Rafael Correa, de concorrer as eleições, a vitória do golpe frente a não mobilização popular tornou-se muito mais fácil. A derrota da esquerda pequeno-burguesa, apenas prova que o problema  das eleições está longe de ser um genérico calculo eleitoral. Para derrotar os golpistas, apenas a mobilização popular.

Biden vai impor derrotas em todos os lugares

O caso equatoriano é um reflexo da política imperialista, guiada pelo “democrático” Joe Biden, para os países latino-americanos. Ao contrário do que divulga a esquerda pequeno-burguesa, a vitória do setor “democrático” do imperialismo norte-americano representa na realidade, um aprofundamento da política golpista e ditatorial contra os países atrasados.

Biden, que já anunciou investidas contra Rússia, como no conflito ucraniano, contra China, em Taiwan e Mianmar, e Venezuela, nas recentes ameaças de intervenção militar no país, garante a gora a vitória do golpe no Equador.

Contudo, os equatorianos não são os únicos a sofrer desta política golpista nas eleições pós golpe. Na Bolívia, vale lembrar que o governo eleito de Evo Morales fora derrubado por um golpe militar, a governança do país viria apenas a cair nas mãos de um setor extremamente conciliador da esquerda pequeno-burguesa, graças a mobilização popular que forçou a direita a recuar.

No Uruguai, o cenário é ainda pior. Após anos de um governo de conciliação de forma mais conservadora, buscando evitar o golpe por parte da burguesia uruguaia, a esquerda foi massacrada nas eleições que garantiram a vitória do direitista Lacalle Pou, que contou com o apoio do fascista Jair Bolsonaro, na época, já presidente do Brasil, após a fraude de 2018.

Um claro sinal para o Brasil

Confundida pelos resultados eleitorais na Argentina e no México, onde as alas direitas dos partidos da esquerda pequeno-burguesa saíram vitoriosas das eleições, e agora com a possível vitória de Pedro Castillo, no Peru, a esquerda pequeno-burguesa brasileira ilude-se com a possibilidade uma tranquila vitória eleitoral em 2022 contra Bolsonaro.

Dividida entre se lançar em uma frente ampla com a própria burguesia golpista, ou lançar Lula como candidato, a esquerda brasileira da largos passos em direção a sofrer mais um golpe eleitoral. Defendendo a frente ampla, a esquerda segue o mesmo caminho de candidaturas como a de Daniel Martinez, no Uruguai, facilmente derrotado pela direita golpista.

Por outro lado, crendo que simplesmente aguardando as eleições de 2022 e apostando em uma candidatura de Lula a estilo de 2002, onde os acordos com a burguesia brasileira substituem a mobilização popular, Lula e o povo brasileiro, serão novamente vítimas da fraude eleitoral, assim como em 2018.

O exemplo equatoriano, mostra a verdadeira importância da mobilização dos trabalhadores. Com a paralisia da esquerda, que permitiu que Rafael Correa fosse impedido de concorrer, a direita golpista teve caminho livre para a vitória nas eleições. Na Bolívia, a vitória da esquerda contra o golpe apenas se deu justamente por esta mesma mobilização, que após o golpe militar, tomou conta das ruas do país, e obrigou na força, um recuo da direita golpista.

A política do imperialismo, em meio a todas estas oscilações não mudou. Precisa estar claro de que, sem o enfretamento nas ruas, a direita golpista irá prevalecer. Os exemplos na América Latina são diversos e comprovam que o golpe de estado não é momentâneo, mas sim serve para esmagar toda a esquerda e a classe trabalhadora, aprofundando a ditadura no país.

As eleições estão nas mãos dos golpistas, seja no Uruguai, no Equador ou no Brasil, para derrotar o golpe, apenas lançando-se em uma intensa política de mobilização, que no caso brasileiro, parte diretamente do lançamento da candidatura de Lula e de por em movimento toda classe trabalhadora.

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