A propaganda imperialista busca por meio de sua imprensa internacional convencer o povo latino americano de que em seu continente países como Cuba e Venezuela, que lutam para defender sua soberania nacional, são nada mais nada menos que puras ditaduras sanguinárias, responsáveis por aniquilar a” gloriosa” democracia burguesa. No entanto, esquecem propositalmente de nos avisar a respeito da real situação nos benditos países “democráticos” como o Chile, Brasil e, é claro, a Colômbia.
Este último vem se firmando há décadas como um pilar do imperialismo na região. Dominado quase por completo, o Estado colombiano serve como um braço, sobretudo dos EUA, na interferência do imperialismo em países vizinhos. Vemos já anteriormente esta atuação no caso venezuelano, em que, impulsionadas pelo governo colombiano, milícias fascistas passaram a invadir e atacar a população venezuelana, além do fato do governo colombiano ter providenciado as chamadas “ajudas humanitárias” durante as tentativas de golpe de estado na Venezuela.
Porém, o caso deste país vai muito além das pontuais intervenções estrangeiras. Na Colômbia, estrutura-se há anos um regime duríssimo, com múltiplas características ditatoriais e que colocou o povo em estágio de guerra civil prolongada por muitos anos. O governo do golpista Iván Duque é responsável pela matança generalizada de opositores, pela perseguição e censura, prontamente financiadas pelos Estados Unidos.
Recentemente, por meio de uma pesquisa realizada pelo Centro de Recursos para Análises de Conflitos (Cerac), foi revelado em números esta política. De acordo com os dados extraídos entre o período pré-eleitoral de 2018 a 2019, extrai-se o fato de que centenas de pessoas já foram assassinadas por motivos políticos no país, sendo que a grande maioria são pertencentes a partidos ou organizações de esquerda, militantes que lutam contra a direita no país e que são massacrados pelo governo.
Durante o último período pré-eleitoral, entre 2014-2015, os dados eram significativamente menores. O aumento de 45% no número de mortes muito se deve a dois importantes fatores que envolvem a crise nacional e na América Latina.
O primeiro está diretamente ligado a situação interna do país. O governo apoiado pelos EUA enfrentou por muitos anos as FARC, famoso grupo de esquerda guerrilheiro, um dos maiores nomes da luta armada no continente. Contudo, o grupo decidiu nos últimos anos abandonar a luta armada em nome de um pacto de trégua entre a ditadura e a esquerda, buscando formar um partido político legalizado pelo regime político e levar a frente a expectativa de consolidar uma “paz” social no país.
No entanto, a esquerda foi completamente enganada, e agora desarmada é brutalmente atacada pela direita, que pode assim assassinar um número cada vez maior de opositores, que sem alguma resistência, vieram a morrer um por um.
Outro fator importante é a grande crise que passa a América Latina. Com o aprofundamento da grande crise mundial do capitalismo, os países da América Latina sofreram uma série de golpes de Estado organizados pelo imperialismo, que agora estão em estágio de ebulição, com a população revoltosa indo às ruas contra seus respectivos regimes políticos. Com isso, a burguesia destes países e o imperialismo aprofundaram drasticamente sua política de repressão contra o povo, adotando golpes militares e ditaduras abertas para conter a revolta popular.
Tal fato é visto também na Colômbia, país que a exemplo de todo continente, viu em seu território grandes manifestações populares.
Assim, cabe a esquerda impulsionar a luta popular, e tendo em vista o que ocorre na Colômbia, reivindicar o armamento do povo, a criação de comitês de autodefesa, pois o próximo período promete ser ainda mais intenso.