Nestas eleições municipais está mais que evidente que todo o processo tem sido controlado pelos golpistas. O aprofundamento do golpe de Estado tem levado a uma intensificação da política fascista no país o que tem refletido em um aumento de candidatos da Polícia Militar ( PM).
No estado do Rio de Janeiro, por exemplo, cerca de 30 candidatos da polícia são réus ou já foram condenados, como afirma a pesquisa realizada pelo jornal O Globo. Fica difícil esconder o caráter fascista dos candidatos até mesmo pelas pesquisas promovidas por instituições golpistas. Segundo essa pesquisa, muitos dos candidatos no estado do RJ são condenados por homicídio, tortura e até mesmo por participação em milícia. Sabe-se que tal realidade também deve se estender aos outros estados.
Outra pesquisa realizada pelo UOL identificou um número de aproximadamente 6.715 candidatos no Brasil que se utilizam da imagem de militar ou policial e outros órgãos de setores repressivos da segurança pública.
No município de Cabo Frio o candidato a prefeito pelo Partido da Social Democracia (PSDB) é acusado por matar com 4 tiros de fuzil uma criança de apenas 13 anos de idade em uma operação no Complexo da Mangueirinha em Duque de Caxias. Situações de caráter criminosa e fascista também se estende aos demais candidatos policiais do RJ.
A polícia militar é uma instituição que é resquício da política da ditadura militar de 1964 e cumpre papel de reprimir a população. É um setor que com o golpe de estado de 2016 vem ganhando força e representatividade nas eleições tendo batido recorde de candidatos nas eleições de 2018 chegando a ter, inclusive, um número considerável de candidatos eleitos através das eleições fraudulentas controladas pelos golpistas.
A maioria dos policiais candidatos são de partidos direitistas com apoio da política bolsonarista. No entanto, tem sido possível a participação dessas aberrações, inclusive, nos partidos considerados de esquerda, demonstrando, com isso, a total confusão política desses partidos. No estado da Bahia, por exemplo, o Partido dos Trabalhadores (PT) lançou como candidata a prefeitura de Salvador uma Major. Situação semelhante também ocorre em Goiânia tendo sido lançada a prefeitura pelo PT uma ex-delegada e, em Curitiba tendo apresentado um delegado como vice.
Outro partido de esquerda que demonstra essa confusão política e ilusão nas instituições burguesas é o Partido Socialismo e Liberdade ( PSOL). Esse partido, que adora se denominar como combativo, pretende manifestar sua combatividade se aliando aos militares nas eleições municipais. Não é segredo para ninguém que a tempos o PSOL flerta com a política repressiva da polícia, basta ver a postura de Marcelo Freixo. Esse ano, mais uma vez a combatividade do PSOL será expressa através de alianças com esse setor fascista e criminoso. Exemplo disso é a escolha para candidato a vice prefeito do Rio de Janeiro o coronel reformado da Polícia Militar Ibis Pereira.
As eleições municipais têm evidenciado o aprofundamento do golpe de Estado e o número elevado de fascistas, como é o caso dos policiais, é um exemplo disso. Esses candidatos possuem as mãos manchadas de sangue. São criminosos que possuem como único objetivo reprimir e matar a população brasileira. Por isso, também se faz necessário denunciar qualquer tipo de aliança com esse setor golpista e criminoso vindo de partidos que se intitulam de esquerda. Nenhuma ilusão deve ser alimentada com essa instituição. A polícia militar não tem como ser reformada. Ela deve ser dissolvida e todo partido de esquerda comprometido com a classe trabalhadora deve denunciar esse setor criminoso.