As eleições deste ano (2020) nos Estados Unidos estão se mostrando uma verdadeira fraude com uma forte interferência do imperialismo para garantir que os resultados aconteçam de acordo com os seus interesses e não do povo norte-americano. Junto com a escolha do presidente as eleições deste ano levaram para as urnas outras questões relacionadas a assuntos como as drogas e o aborto, onde fica evidente uma tentativa da direita de suprimir os direitos básicos das mulheres como são os direitos relacionados ao aborto.
Nos Estados Unidos está em marcha uma tentativa de acabar com o direito ao aborto no país, isto mesmo antes das eleições de 2020 e do próprio governo Trump – a quem é atribuída a responsabilidade por estes ataques- e embora Trump por se apoiar na extrema-direita conservadora corrobore com este ataque ao direito das mulheres ao aborto, este ataque acontece como resultado do próprio sistema capitalista que para se manter precisa promover cada vez mais a opressão, especialmente em momentos de crise como o que vem se arrastando há anos.
Como resultado disto nas eleições dos EUA, onde o aborto é legalizado em todo o país há mais de 50 anos, foram apresentadas e promovidas pela direita diversas propostas que vão no sentido de suprimir direitos das mulheres relacionados ao aborto como a imposição de limite para procedimento até a 22ª semana de gestação que foi rejeitada no Colorado por 59% ou a proposta de que na Louisiana o estado não proteja o aborto como um direito e não seja obrigado a financiar o procedimento, o que foi aprovado por 62%.
Os indicativos por sua vez não devem ser encarados como se a população fosse inimiga das mulheres por votarem para que não haja direito ao aborto, mas sim como um resultado da campanha levantada pelo imperialismo de ataque aos direitos mais básicos da população, em especial da população oprimida, isto porque o único interessado em suprimir os direitos das mulheres é a burguesia que também ataca a própria classe trabalhadora que não tem interesse de atacar as mulheres em detrimento dos capitalistas.
Neste sentido o aborto, a sua legalização ou sua proibição não se trata de uma questão moral e deve ser encarada sobretudo como uma ferramenta que o estado capitalista possui de controlar as mulheres uma vez que obrigar mulheres, sobretudo as trabalhadoras e pobres, a terem filhos é um fator decisivo para determinar sua submissão à família, ao lar e consequentemente à própria burguesia que usa esses elementos para afastar as mulheres da luta política.
O caso dos EUA deixa evidente ainda como não existe qualquer garantia para os direitos mais básicos e fundamentais da classe trabalhadora dentro do estado burguês, onde mesmo o aborto sendo direito das mulheres pode ser retirado a qualquer momento de acordo com a vontade dos capitalistas. A única saída para as mulheres é a mobilização junto com as massas trabalhadoras e oprimidas para impor que suas reivindicações sejam mantidas ou atendidas, seja nos EUA ou no Brasil onde as mulheres ainda lutam pela legalização do aborto.