“Aproximações sucessivas”, assim o General Hamilton Mourão, hoje candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro, referiu-se à política de intervenção dos militares na situação política do país em uma palestra promovida pela maçonaria em Brasília em setembro de 2017.
Passados pouco mais de 12 meses, é evidente o caminho trilhado pelos militares no sentido de imiscuir-se nas entranhas do Estado brasileiro.
Desde 2016, já foram realizadas dezenas de operações de garantia da lei e da ordem, conhecidas como GLO, em todas as regiões do país. Foram ocupados militarmente os estados do Rio Grande do Norte, do Rio de Janeiro e Roraima. O país tem como presidente da República, de fato, o general Sérgio Etchegoyen, ministro do Gabinete de Segurança Institucional e, por último, impôs ao STF o general da reserva Fernando Azevedo e Silva, como assessor do presidente Dias Toffoli. Ou seja, além de ações práticas por todo o país, o Exército tem o controle de dois dos três poderes da República.
Diante desse quadro, não é exagero falar que o Brasil já se encontra sob uma virtual ditadura militar, particularmente se levarmos em conta que as “aproximações sucessivas” se aprofundam com a fraude eleitoral.
Quase 15% da bancada “eleita” para o Congresso Nacional é de parlamentares fardados. Já para o executivo, com a fraude da exclusão do candidato que detinha mais de 50% das intenções de voto, há toda uma campanha por parte dos golpistas, que procuram apresentar a chapa dos militares como se fosse algo eleito e legitimado pelo povo.
Finalmente, acaba de ser divulgado pela jornal Folha de São Paulo, que existem cerca de 30 equipes temáticas coordenadas por generais preparando o plano de governo do candidato da extrema direita ou, por que não, de um general ao invés de um capitão.
É absolutamente cristalino o papel da fraude nas eleições no sentido de aprofundar o golpe de Estado no Brasil, inclusive abrindo caminho para a sua evolução no sentido de um golpe por dentro, como declarou o próprio recentemente o próprio Mourão.
É urgente a necessidade da reação popular. Lutar contra o golpe. Lutar por libertar Lula. Diante da gravidade da situação, a esquerda tem que sair da sua embriaguez eleitoral. A extrema-direita, os militares, os fascistas não serão derrotados pelas eleições. Esse é o terreno deles. Esse é o terreno dos golpistas.