As eleições demonstraram uma profunda crise do imperialismo, apesar da tentativa de esconder o fato pela imprensa capitalista. O jornal Le Monde, tradicional do imperialismo francês, divulgou o resultado das eleições para o parlamento europeu, em que dividiu os assentos conforme a congruência ideológica.
Segundo os dados do Le Monde, os conservadores – grupo formado pelos partidos tradicionais da direita imperialista – teria ganhado as eleições, conquistando 175 cadeiras; seguidos pelos sociais-democratas, com 148 cadeiras, a extrema-direita, com 115 cadeiras, o centro-liberal com 109 cadeiras, os ecologistas com 77 cadeiras, a direita “nacionalista” com 58 cadeiras, a esquerda “radical” com 41 cadeiras e independentes com 28 cadeiras.
O truque, entretanto, para disfarçar a ascensão e quase vitória dos fascistas no parlamento se dá no seguinte: segundo o Le Monde, haveria uma diferença entre o grupo “extrema-direita” e “direita nacionalista”. Na realidade, trata-se de dois grupos de extrema-direita. Os principais componentes deste segundo grupo são o Fidesz húngaro, de Viktor Orban, que saiu dos conservadores pelo seu alinhamento com a extrema-direita, e o partido fascista polonês Direito e Justiça.
Desta forma, no espectro político, a extrema-direita teria, juntando os dois, 173 assentos, isto é, quase um empate com os conservadores, que obtiveram 175 assentos no parlamento. Assim, a extrema-direita tem um poder significativo no parlamento europeu, apesar de todas as manobras da direita para impedir que isso acontecesse.
Enquanto a extrema-direita cresceu no Parlamento, os partidos tradicionais do imperialismo europeu, representados principalmente nos conservadores e sociais-democratas, diminuíram significativamente.
Os conservadores, liderados pelo democratas-cristãos de Angela Merkel, perderam 42 assentos e os sociais-democratas, 38 – totalizando, no total, 80 assentos. Para tentar driblar o esvaziamento político de seus partidos tradicionais, o imperialismo teve de usar como recurso partidos políticos secundários e criados artificialmente, que estão representados nos Verdes e no Centro-Liberal, que juntos ganharam 66 assentos (25 e 41, respectivamente).
É marcante também a diminuição dos assentos da suposta Esquerda Radical, que por falta de um programa revolucionário, isto é, baseado nos interesses da classe operária, não conseguiram apresentar uma solução para a crise capitalista e aos fascistas, perdendo 11 assentos no Parlamento Europeu.
A vitória da extrema-direita em países fundamentais, como a França, o Reino Unido e a Itália, além de seu crescimento na maioria dos países, revela uma profunda crise de dominação política do imperialismo na Europa. Setores da burguesia estão optando pela saída fascistas e a base eleitoral dos tradicionais partidos conservadores está se transferindo para a extrema-direita.
Assim, fica claro a decadência política do todo o regime político europeu atual. Se a esquerda não apresentar uma solução revolucionária para a crise política, a tendência é que os partidos de extrema-direita dominem todo a estrutura política europeia, estimulando a extrema-direita de todos os outros países no mundo afora.