As eleições deste ano que vão formar um novo governo em Israel demonstram como diante de uma situação de crise política, a burguesia internacional, o imperialismo, busca impulsionar os setores de extrema-direita, fascistas, para impor sua política. O candidato do partido de extrema-direita, Likud, e atual primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, é o favorito para ganhar a disputa e conseguir maioria no parlamento israelense que conta com 120 cadeiras. No ano passado, o atual primeiro-ministro foi alvo de denúncias de corrupção.
No final do último ano, Netanyahu foi indiciado por corrupção por supostas práticas de suborno e fraude política. Ele teria favorecido contratos com empresas da área da comunicação, em troca de apoio político. As denúncia contra o atual primeiro-ministro revelaram a crise política entre os diferentes setores da classe dominante israelense.
As denúncias levaram o atual governo a dissolver o parlamento e convocar novas eleições que ocorrerão agora dia 9 de abril. Mesmo sendo alvo de denúncias, Netanyahu tem apoio entre os setores de extrema-direita e fascistas israelenses, os quais defendem a ampliação da política de guerra e do genocídio contra os árabes. Netanyahu conta com o apoio também do governo norte-americano, de Donald Trump. Vale destacar que o Estado de Israel consiste em um verdadeiro enclave do imperialismo no Oriente Médio. É um Estado controlado pelo imperialismo estadunidense, bem como pelos setores mais reacionários e de extrema-direita da classe dominante de Israel. Este controle é fundamental para que Israel dê sequência à política de opressão e de guerra do imperialismo contra os povos e países árabes do Oriente Médio.
O caráter cada vez mais fascista e abertamente ditatorial do Estado de Israel ficou evidente na perseguição à esquerda. Na última semana, o Comitê Eleitoral cassou a candidatura do líder do partido de esquerda Assembléia Nacional Democrática (Balad), Ofer Kassif, bem como de todas as outras candidaturas deste partido. O argumento utilizado foi o de que o partido não reconheceria o caráter exclusivamente judeu do estado de Israel. O Balad é um partido que tem apoio dos setores árabes que vivem em Israel.
Utilizando a campanha de ataque à esquerda e aos árabes, a extrema-direita busca consolidar sua base política. Tal qual foi feito no Brasil, a extrema-direita e a direita israelense avançam por meio da perseguição à esquerda, da exclusão destes setores da política institucional. Tudo em nome dos interesses imperialistas no Oriente Médio.