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Demagogia

Eleições 2020: “empoderamento” das mulheres ou da PM?

Aumento de candidaturas femininas e de agentes da repressão mostra o uso que a burguesia faz das questões identitárias para promover a sua política genocida

De acordo com matéria publicada pelo jornal golpista Folha de S.Paulo na última semana, as eleições municipais de 2020 serão marcadas pela aumento de candidaturas de mulheres de policiais. Ao menos 40 pré-candidatas mulheres são consideradas “competitivas” pela imprensa burguesa, um aumento em quase 100% em relação às eleições de 2016. Dessas 40, 6 são delegadas e 2 são policiais militares.

24 dessas 40 pré-candidatas são de partidos abertamente direitistas, que apoiaram o golpe de 2016 e dão sustentação para o governo Bolsonaro (PSDB, PSL, DEM, PV, Cidadania, Solidariedade etc.). Das 16 restantes, apenas 11 são de partidos de esquerda (PSOL, PT e PCdoB). Por fim, uma parte dessas candidaturas femininas de esquerda são compostas justamente por policiais. É o caso de Denice Santiago (PT), pré-candidata à prefeitura de Salvador, e de Adriana Accorsi (PT), pré-candidata à prefeitura de Goiânia.

O crescimento de candidaturas femininas e, ao mesmo tempo, candidaturas policiais é uma contradição total. Afinal, a polícia é inimiga do povo e, mais ainda, da mulher, que é um setor oprimido dentro da sociedade. Não faria sentido, portanto, haver um crescimento conjunto do aparato de repressão do Estado e um avanço da luta da mulher.

Os próprios dados sobre os partidos que estão lançando mulheres candidatas já servem bastante para indicar o que de fato está acontecendo. Como fica óbvio com o governo Bolsonaro, os ataques da burguesia por meio do parlamento e as medidas repressivas contra a população, estamos vivenciando um fechamento do regime rumo a uma ditadura contra a população. Assim como em todo o mundo, a extrema-direita está avançando sobre o regime político no Brasil e tende a ganhar cada vez mais espaço nas eleições e nos cargos públicos. Neste sentido, não é vitória alguma para as mulheres ter uma golpista como Joice Hasselmann (PSL) como pré-candidata à prefeitura de São Paulo.

O aparecimento de um maior número de candidaturas femininas serve justamente para a direita encobrir a política criminosa de ataque à população e aos oprimidos de maneira geral. Ao mesmo tempo em que a extrema-direita procura criminalizar completamente o aborto, amarrar as mulheres aos serviços domésticos e jogam sobre elas todo o peso da crise capitalista, a burguesia faz demagogia tentando mostrar que, na verdade, haveria um “avanço” da causa da mulher no parlamento e no ganho de prefeituras.

É preciso denunciar que esse ganho não é real, de forma alguma. Primeiro, porque não há, neste momento, nenhum movimento organizado das mulheres em marcha que esteja amedrontando o regime. Em segundo lugar, porque as mulheres que serão candidatas, em sua grande maioria — com algumas exceções, como Marília Arraes (PT-PE) e Benedita da Silva (PT-RJ) — são da direita ou de uma ala mais reacionária da esquerda.

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