Um dos casos mais recentes de atrocidades contra as mulheres em El Salvador foi a condenação de Imelda Cortez, de 20 anos, que vive em San Miguel e possui más condições de vida. A jovem era estuprada por seu padrasto desde os 12, segundo comprovam os laudos médicos. A menina, em uma das últimas ocasiões engravidou e deu a luz em uma latrina em El Salvador. Como o procedimento foi efetuado de forma precária, ela teve fortes dores e sangramentos, sendo levada ao hospital pela mãe. O médico que a atendeu suspeitou de uma tentativa de aborto, chamando a polícia. Ainda quando estava hospitalizada, Imelda recebeu a visita de seu padrasto, que ameaçou ela e sua família de morte, caso ela relatasse os abusos a polícia. Estes só ficaram sabendo pois o homem foi denunciado pelo paciente, que estava no leito ao lado, e ouviu a conversa entre ambos.
Desde então, 2017, Imelda ficou sob custódia e, atualmente, recai sobre seu caso a tentativa de homicídio, sendo forçada a cumprir 20 anos de prisão. Sob análise psicológica, a jovem possui déficits, cognitivos e emocionais, cuja causa está diretamente vinculada ao trauma dos abusos que a vítima sofreu. Ela, que não possui direito ao tratamento psicológico, terá chances consideráveis de desencadeamento de ainda mais transtornos de ordem mental. Para completar a completa situação de tortura, a menina é proibida de ver sua filha.
Casos como este representam a importância da luta das mulheres pela legalização total do aborto, em todas as regiões, sob qualquer hipótese. Apenas elas são capazes de decidir o que acham mais convenientes a seus corpos e vidas, sem que recaia sobre elas qualquer julgamento moral ou condenação. Organizar a luta das mulheres é a única forma de garantir direitos como esse, que jamais lhes deveriam ser negados.