Na última quinta-feira, dia 14 de fevereiro, o parlamento egípcio aprovou uma reforma da Constituição que permite que o general Abdul Fatah Al-Sisi fique no poder até 2034, ou seja, mais 15 anos. Trata-se de um aprofundamento do golpe Estado que abala o país. Após a derrubada Morsi através de um golpe financiado pelo imperialismo norte-americano, Al-Sisi assumiu o poder e vem promovendo um fechamento cada vez mais ditatorial do regime.
De acordo com o que foi anunciado a reforma teria sido vencedora com 485 dos 596 votos do parlamento que é totalmente dominado pelos golpistas. Além disso o texto também coloco os militares como “guardiões da Constituição” o que na verdade é uma passagem do poder totalmente para as mãos das Forças Armadas. Somado a isso temos a ampliação do controle exercido pelo poder Executivo sobre o judiciário, o que blinda o governo contra todas as acusações da oposição que sobrou no país.
Al-Sisi foi eleito numa eleição farsesca marcada pela perseguição política de seus opositores e grupos políticos rivais que se colocavam contra a intervenção do imperialismo no Egito. Seu governo é uma ditadura militar aberta que já esmagou a maior pare dos opositores e colocou grupos políticos de oposição ilegalidade. Al-Sisi é um ditador que serve apenas ao imperialismo, não há duvidas, assim como não haviam dúvidas do que o golpe de Estado arquitetado por ele em conluio com os norte-americanos.
Apesar disso, uma ala da esquerda brasileira ficou marcada por apoiar descaradamente o golpe e agora se cala sobre as arbitrariedades e perseguições no Egito. Vale lembrar quem 2013, logo após o golpe que derrubou Mohamed Morsi, o PSTU se levantou para defender a ofensiva do imperialismo e chegou ao absurdo de dizer que isso seria “uma grande vitória da mobilização do povo egípcio”.
Ao invés de denunciar o controle cada vez mais profundo das forças imperialistas sobre o país, o PSTU resolveu defender o que se tornaria uma ditadura militar aberta. De acordo como PSTU a derrubada de Morsi teria sido mais um passo no caminho da “revolução egípcia”, faltaria explicar qual passo a ditadura de Al-Sisi significa nessa caminhada imaginária.