Nesta semana a Confederação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e a ONG Terra de Direitos, elaborou em estudo e divulgou o relatório “Racismo e violência contra quilombos no Brasil”.
O relatório aponta que entre os anos de 2016 e 2017 houve um crescimento de 350% de assassinatos de quilombolas no Brasil. O crescimento espantoso foi quatro assassinatos em 2016 para 18 em 2017. O crescimento é ainda maior que os dados de mortes no campo nesse mesmo período, o maior dos últimos dez anos.
A Conaq aponta que esses assassinatos estão relacionados a conflitos pela terra, e onde pode ser verificado que existem cerca de 3.200 comunidades quilombolas oficialmente reconhecidas no Brasil, mas menos de 300 está regularizada, o que é uma porta aberta para os latifundiários atacarem os quilombolas.
O período analisado foi o ano posterior ao impeachment de Dilma Roussef, na qual a direita e os latifundiários tomaram de assalto o governo e realizaram uma enorme ofensiva contra a população com ataques a direitos conquistados e no campo com extrema violência.
Esse é o saldo do golpe onde a população negra e trabalhadora foram as mais afetadas pela política de terra arrasada colocada em prática pelos golpistas, em que o Estado e o judiciário atuam para atacar os quilombolas e dar cobertura para ação dos latifundiários e seus pistoleiros.
As comunidades quilombolas têm que denunciar essa situação, mas também arrumar maneiras para se proteger e garantir seu acesso a terra com a formação de comitês de autodefesa contra os latifundiários, pistoleiros e policiais.
A única maneira de reverter essa ofensiva é derrotar os golpistas com a mobilização da população.