Os principais vestibulares do país Enem, Fuvest e Unicamp tiveram grande queda no número de inscritos em comparação com os últimos anos, sendo que a maior parcela na redução foi de estudantes originários da rede pública com queda de 27,3% e, se considerados o componente étnico e racial, pretos e pardos tiveram uma queda de 25%, somadas as três avaliações. No geral, a proporção de alunos inscritos para os testes foi a menor desde 2017 com 30,5% de alunos da rede pública.
Visto uma a uma, a maior redução foi no Enem que teve uma redução de 52% no número de negros inscritos e de 31% no número de alunos das escolas públicas. Em seguida vem a Unicamp aonde registrou a redução de 18,5% nas inscrições gerais e de 27% de alunos da rede pública. Já na Fuvest (vestibular para a Universidade de São Paulo) que registrou queda de 33% de candidatos negros.
Com a notícia governos e “especialistas” da direita correm para justificar os números que se devem ao fechamento das escolas, porém, mesmo com as escolas fechadas ouve aulas de forma remota. A grande questão é que a grande maioria dos alunos da rede pública nunca tiveram acesso e condições para realmente participar destas aulas, o que demanda ter internet regular, equipamentos como notebook, celular, tablete etc, que em geral não foi fornecido pelos governos. Professores e coordenadores também padeceram pela falta de estrutura e condições de trabalho.