Nessa sexta-feira, 13, o Conselho Universitário da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) decidiu pela deposição do reitor Carlos André Bulhões, nomeado pelo presidente fascista Jair Bolsonaro (sem partido). Em um placar de 59 votos a favor, 7 contrários e 5 abstenções, não houve outra alternativa senão deixar o cargo. No entanto, o Conselho aguarda o aval de Bolsonaro para confirmar a decisão de Bulhões.
Bulhões não participou da reunião que determinou sua deposição, e segundo os participantes do conselho, o reitor não aceita decisões colegiadas. Ao longo da reunião, discutiu-se, também, mudanças na estrutura da instituição, com a proposta de fusão das Pró-Reitorias de Graduação com Pós-Graduação, e de Pesquisa com Extensão.
Em nota à publicação, o reitor deposto afirmou que vê com “tranquilidade” a decisão do conselho, e que embora considere que o colegiado aja motivado por questões ideológicas, confia na “lisura do processo”.
O imbróglio acerca da eleição de reitores é, antes de tudo, um resquício da ditadura militar, que tira o poder da própria instituição e permite que o presidente decida quem deve assumir o cargo de reitor. Vale lembrar, ademais, que em fevereiro o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o presidente não tem que nomear 1º da lista tríplice para reitor de universidades federais.