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Prelúdio de nova ditadura

Eduardo Bolsonaro defende intervenção militar no RJ e SP

Filho do presidente, deputado Bolsonaro agita as bases do bolsonarismo com ameaça de intervenção no RJ e SP e fechamento final do regime ruma a uma ditadura.

Deixando claro que a crise política aberta com o golpe de 2016 conduz o país, inevitavelmente, a uma situação revolucionária que só terminará em revolução ou contrarrevolução, Eduardo Bolsonaro voltou a usar as redes sociais para ameaçar o país com um golpe militar. No Twitter, o filho do presidente ilegítimo postou a seguinte mensagem:

Senador Arolde de Oliveira @AroldeOliveira (PSC-RJ) defende medida constitucional com uso das Forças Armadas para conter lambanças de governadores do Rio e SP, Witzel e Dória. *OBS: o Senador é do mesmo partido de Witzel.

Embora tenha errado o partido de Arolde (PSD), o essencial não se perde. O Senador de fato postou, também no Twitter, a seguinte mensagem:

Os governadores do RJ e de SP se elegeram nas costas de @jairbolsonaro e agora são seus maiores detratores e inimigos do Brasil. Querem o caos, mas antes que isso ocorra as FFAA entrarão em cena para Garantia da Lei e da Ordem, segundo a Constituição Federal. Muito triste

Claro que o triste fica por conta das aparências. Cada vez mais acuado, as margens de manobra vão igualmente se estreitando para Bolsonaro, na medida em que sua base social, uma pequena burguesia ainda mais desesperada agora, em função da quarentena adotada pelos regimes mais dedicados ao imperialismo, com quem este setor já tinha antagonismos crescentes e que finalmente evoluíram para um racha enorme no campo da direita, onde a desconfiança do imperialismo na capacidade de Bolsonaro em atendê-los e manter uma coesão social que não prejudique seus interesses é perceptível pela elevação do tom nos editoriais da imprensa burguesa. Estes interesses agora se chocam frontalmente com os da pequena burguesia, principal base de sustentação de Bolsonaro, endividada até o pescoço e profundamente radicalizada diante da possibilidade de perder seus negócios com a política de isolamento defendida pelos setores da direita mais ligados aos estrangeiros. Isto obviamente não vai terminar bem.

A história atesta que golpes de Estado, como o de 2016, nunca dão lugar a uma pacificação das lutas políticas, pelo contrário, levam a um profundo acirramento destas. O próprio uso deste expediente é sinal inequívoco de morte do pacto político que sustenta o regime então vigente. A sequencia, qualquer que seja o grupo da direita a se impor ao fim da disputa, nunca foi favorável ao conjunto da classe trabalhadora, e tampouco agora dá amostras de ser. Na realidade, a força dos trabalhadores, que a esquerda pequeno burguesa teima em negar (o que também é uma repetição da história), é justamente o fator que convulsiona o sistema político brasileiro, desde as lutas pelo fim da escravidão, passando pela nascente mas já então poderosa classe operária do início do século 20, entre incontáveis exemplos históricos que atestam, de maneira categórica, que força para impedir a repetição da história, os brasileiros tem de sobra.

Sem mobilizar os trabalhadores em seus locais de trabalho e moradia, a contrarrevolução virá, como fica claro pela combinação de economia em crise profunda mais o tom crescente das ameaças em ambos os campos da direita, tanto dos setores ligados ao imperialismo, que, sendo mais habilidosos na arte da demagogia e contando com apoio maior da propaganda midiática, dizem agir em defesa da população quando estão de fato impondo versões incipientes de uma ditadura que, desde o golpe, fez explodir a brutalidade das PMs e as restrições a direitos democráticos, e agora, passa a caçar abertamente direitos tão fundamentais ao pleno exercício da cidadania como o de manifestação, ir e vir, de associação e até de culto. Do lado do bolsonarismo, tampouco se está defendendo liberdades democráticas ao pedir o fim das quarentenas, embora este seja mais óbvio para a ampla maioria da população.

A mobilização da principal força política do país, os trabalhadores, para uma solução revolucionária que ponha um fim ao carma recorrente vivido pela população é a mais importante tarefa posta à vanguarda dos movimentos operários e populares desta geração. O custo histórico de falhar nessa missão será, no mínimo, catastrófico. Contudo, trabalhando para a construção dessa mobilização, as chances de vitória são enormes. Esta é outra lição da história.

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