Na última quarta-feira (26), na cidade de Kenosha, estado de Wisconsin, nos Estados Unidos, um rapaz de 17 anos atirou contra manifestantes que protestavam contra a violência policial norte-americana no caso Jacob Blake – um jovem negro que foi baleado por policiais em abordagem. Os tiros foram feitos com fuzil e atingiu duas pessoas, uma na cabeça e outra no peito, que morreram na hora. Outra pessoa ficou ferida.
O caso gerou grande repercussão não só pela violência da ação, mas também pela pouca idade do atirador. No entanto, é preciso ter claro que se trata de uma clara ação fascista, nada mais, nada menos. O jovem, chamado Kyle Rittenhouse, faz parte de um movimento de milícia fascista chamado Boogaloo boys e também foi visto em vídeos recebendo agradecimentos e atuando junto a policiais durante a manifestação de Kenosha.
Um sinal claro do sentido da ação fascista foi o fato de que, em suas redes sociais, Eduardo Bolsonaro saiu em defesa do atirador. Segundo ele, o jovem estaria “se defendendo do movimento Black Lives Matter”, o que já demonstra o caráter fascista da própria defesa realizada pelo filho do presidente ilegítimo.
Este é o atirador que se defendeu do blm (black lives matter). A esquerda o chama de supremacista branco, dá para acreditar?
*Legendas: @RGL4U https://t.co/eeJdhk1YFL pic.twitter.com/1bcXkJO6we
— Eduardo Bolsonaro?? (@BolsonaroSP) August 27, 2020
Além disso, Bolsonaro também publicou um vídeo em que o atirador afirma que está ali apenas defendendo um comércio dos manifestantes com seu rifle e procurando ajudar as pessoas com um kit médico.
Apesar de ser óbvio, é importante dizer que atirar contra manifestantes não tem nada de legítima defesa ou de “defesa de propriedade”, como alega o próprio Rittenhouse para justificar os assassinatos que cometeu. De fato, é a tentativa de intimidar quaisquer pessoas que queiram sair às ruas contra a ação assassina da polícia ou da extrema-direita de um modo geral, em um momento de intensas mobilizações e crises sociais nos Estados Unidos e no mundo.
No entanto, o mais importante é compreender que o apoio de Eduardo Bolsonaro à ação do atirador fascista norte-americano sinaliza o que a extrema-direita quer fazer no Brasil. Quem defende fascista também é fascista, no caso dos bolsonaros não deveria haver dúvidas disso. Diversas movimentações já demonstraram aqui a intenção de criação de milícias fascistas, que atuariam em conjunto com a PM e poderiam fazer uma parte do serviço sujo que essa milícia fascista “oficial” dos governos não faz.
A esquerda deve combater com firmeza esse tipo de campanha e de ação da extrema-direita. É preciso realizar uma frente única de todos os setores que defendem a luta da classe trabalhadora e lutar contra o fascismo em todos os meios, em defesa de sua própria sobrevivência. O fascismo deve ser combatido com o mesmo nível de energia com que procura intimidar a população e é esse o tratamento que deve ser dado a Eduardo Bolsonaro aos fascistas do governo Bolsonaro.