Não é pelo voto que vamos derrotar os militares, os golpistas e o fascismo

Poucas horas depois das novas ameaças do ministro do Exército, general Villas Boas, serem publicadas na edição de domingo (dia 9), a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, negou ainda na noite do mesmo dia, mais um pedido dos advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para prorrogar o prazo para o PT substituir o candidato à Presidência da República, estabelecido de forma arbitrária e ilegal para este dia 11.

O prazo desconsidera os possíveis e devidos recursos que podem e estão sendo apresentados pela defesa do ex-presidente conforme decisão da direção do PT e do próprio candidato que disse que  vai “lutar até o fim”, em sua carta lida no dia do registro de sua candidatura, diante de dezenas de milhares de pessoas, na frente do TSE, em Brasília.

A defesa de Lula solicitou estender o prazo até o dia 17 de setembro, com o devido argumento de que está recorrendo da decisão diante do Supremo Tribunal Federal (STF). Na prática, de forma totalmente arbitrária, a ministra quer cassar o direito de Lula e do PT de recorrerem a uma instância superior, tal como estabelece a própria Constituição.

Neste momento, a defesa de Lula tem ainda quatro ações junto ao TSE e STF visando recorrer da decisão que cassou sua candidatura e até mesmo colocá-lo em liberdade (por meio de habeas corpus), exigindo que se cumpra a Constituição Federal.

Também nessa segunda (dia 10), a defesa de Lula tornou público documento da Comissão de Direitos Humanos da ONU, reiterando decisão anterior a favor dos direitos políticos do ex-presidente.

Ao mesmo tempo em que o PT recorre, aumenta a campanha da direita golpista e da sua venal imprensa burguesa para que o partido aceite o prazo estabelecido ditatorialmente pelo TSE e substitua Lula, inclusive, com a divulgação de “pesquisas” sem a inclusão do nome de Lula (que tem a preferência da esmagadora maioria do eleitorado). Nestas sondagens patrocinadas, realizadas e divulgadas por órgãos da imprensa golpista apresentam um suposto crescimento da candidatura, ainda inexistente, do vice da chapa de Lula, Fernando Haddad, como forma de estimular a divisão entre os petistas e forçarem a direção do PT a uma capitulação diante do processo fraudulento que a direita procura organizar, sem a participação de Lula.

Ante o agravamento da crise, cresce a revolta popular contra os golpistas e, na mesma proporção, o apoio à candidatura de Lula, único candidato capaz de unificar a quase totalidade das organizações de luta dos explorados da cidade e do campo, para enfrentar a direita nas eleições e fora delas; para se opor à brutal ofensiva contra os trabalhadores e a juventude que os golpistas querem intensificar após o processo eleitoral.

Nessas condições, aceitar essa exigência desses violadores da Constituição e inimigos do povo é referendar o avanço do golpe que eles querem impor.

Não é apenas uma questão eleitoral, como buscam fazer crer os setores da esquerda burguesa e pequeno burguesa ansiosos por capitular diante da direita. Não se trata apenas de lutar pelos direitos democráticos de Lula. O que está em questão são os direitos democráticos e a defesa das próprias condições de vida da maioria do povo brasileiro que não podem ser negociadas com os golpistas.

Não é pelo voto que vamos derrotar os militares, os golpistas e o fascismo. As Iniciativas no judiciário não são capazes de resolver a situação em favor dos interesses populares. À exemplo do dia 15 de agosto, por ocasião do registro da candidatura de Lula, é preciso convocar uma grande mobilização para desencadear uma reação dos explorados. Reafirmar a manutenção da candidatura Lula e que eleição sem Lula é fraude, é golpe que, agora, aparece ainda mais claramente tutelado pelos militares.

Dia 17, ocupar Brasília, parar o País, pela liberdade de Lula, pela aprovação de sua candidatura em cumprimento ao que determina a Constituição Federal.

Que seja o povo quem decida, não os militares e o judiciário golpistas.

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