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Fascismo na Itália

31/10/1922: Mussolini se torna primeiro ministro

Após a Marcha de Roma, dois dias depois Benito Mussolini se torna definitivamente primeiro ministro italiano em 1922 sob encomenda da burguesia e do imperialismo

Há 98 anos atrás, o principal líder do Partido Nacional Fascista da Itália, Benito Mussolini, era nomeado pelo rei da Itália, Vitor Manuel III, como primeiro ministro italiano. Este acontecimento se dá após os fascistas organizarem a chamada Marcha sobre Roma. No dia 29 de outubro de 1922, uma passeata com 50 mil camisas negras, apoiadores de Mussolini e do fascismo, chega até a capital italiana para pressionar o rei a abrir caminho para a extrema direita, dois dias depois (31) Mussolini toma posse no cargo definitivamente.

Desde então, começa o golpe de Estado na Itália, este que acontece por dentro das instituições do governo e da capitulação sistemática da esquerda italiana. Em 1924 ocorrem eleições para o parlamento italiano, extremamente fraudadas e marcadas pela violência de grupos fascistas contra a oposição e os partidos de esquerda. Por denunciar, por exemplo, a perseguição e a fraude eleitoral, uma das principais lideranças da esquerda italiana na época, o político socialista Giacomo Matteotti, foi assassinado pelas milícias fascistas.

A primeira guerra mundial de 1914 à 1918 cria uma forte crise do capitalismo, desenvolvendo cada vez mais a forma do imperialismo, fase do capitalismo quando os monopólios passam a controlar os estados, diminuindo o poder dos parlamentos e dos governantes. Ou seja, a guerra desenvolve de forma brutal o imperialismo. E os grandes financiadores do fascismo italiano são esses grandes monopólios. Um segundo fator é que 1ª guerra mundial marca a crise capitalista, tornando os problemas econômicos extremamente agudos, abrindo espaço para revoluções e situações revolucionárias em vários países europeus, como a revolução russa de 1917.

A burguesia italiana percebe que sem medidas drásticas não iria controlar o país que no período era muito pobre perto dos outros países europeus e também não controlaria a organização da classe operária italiana. Isso seria um dos motivos para a Itália ser o país pioneiro no desenvolvimento do fascismo. Mussolini quando jovem era do Partido Socialista e do dia para noite numa mudança de 360 graus, passou a defender a entrada da Itália na guerra e ideais direitistas que o levaram à expulsão do partido socialista. Daí em diante começa a receber dinheiro da burguesia e do imperialismo para defender a guerra, ou seja, que os operários italianos se lancem ao confronto com operários de outros países na defesa da sua própria burguesia nacional.

Em 1919 acontecem eleições na Itália e sai vitorioso o Partido Socialista italiano, sendo o segundo mais votado o Partido Popular italiano. O partido fascista tem uma votação pífia e neste momento fica isolado. Entre 1919 e 1920 começam as grandes greves operárias. Sendo assim, iniciam-se as primeiras ocupações de fábrica, tendo início em Milão e se estendendo por todo país, serão milhares de fábricas ocupadas e milhões de trabalhadores em greve. A burguesia entra em desespero, a situação é verdadeiramente revolucionária. No entanto, pela inação das direções políticas e a capitulação das lideranças dos movimentos, a mobilização é derrotada.

A partir da crise do movimento operário, a burguesia começa atuar para brecá-lo. O partido fascista recebe total apoio da burguesia e do imperialismo e começa a atuar junto com as forças militares contra os trabalhadores. A burguesia percebe que não dá para conviver com a classe operária, e que no momento de crise capitalista era impossível de ser controlada e que mais cedo ou mais tarde os trabalhadores iam agir. O fascismo vem para destruir os pontos chave da mobilização dos trabalhadores, a qualquer custo, inclusive com medidas radicais e de extrema força como assassinatos, perseguição e violência sem limite.

Mussolini se torna um verdadeiro capacho do imperialismo, um dos reis da demagogia moderna, que é a principal característica dos fascistas junto ao alto escalão da repressão e massacre do movimento popular. Por seus discursos políticos e sua experiência com as mobilizações socialistas e sua característica traidora e de se vender com facilidade, a burguesia o escolhe de princípio para comandar a guerra contra os trabalhadores italianos. Os fascistas, como ficaram conhecidos pela história, adotaram já antes de assumir o poder toda uma política geral de repressão contra o povo, ao ponto em que quando dado o momento, a burguesia italiana movimentou-se e decidiu por fim em declarar Benito Mussolini como primeiro-ministro italiano.

As milícias fascistas não tem nada de mística, são criadas e financiadas pela própria burguesia, recebem dinheiro direto do Estado, repassados pelos grandes monopólios para conter a sublevação da classe trabalhadora contra os patrões em períodos de crise intensa do capitalismo. Não a toa, hoje em dia com a crise econômica instalada em centenas de países tem crescido e ganhado força e está sendo incentivada em vários países pelo mundo.

Ou seja, o fascismo não é algo sobrenatural, é uma situação organizada pela burguesia, que não tem apoio popular absolutamente nenhum, muitas vezes chega ao poder através de golpes de Estado. Cresce e se desenvolve de acordo com as necessidades de conter os movimentos populares e de trabalhadores. O governo Mussolini durou períodos intermináveis para quem viveu nele. Finalmente, só foi barrado pela classe operária e a população em geral, que derrubaram, nas ruas, a extrema-direita fascista.

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