No dia 30 de setembro de 1937, era documento divulgado pelo governo brasileiro atribuído à Internacional Comunista, contendo um suposto plano para a tomada do poder pelos comunistas.
Os antecedentes
Getúlio Vargas decidiu dar um golpe para eliminar todo tipo de instituição democrática e estabelecer um estado de tipo semi-fascista, como denominado por Leon Trotski. Tudo isso foi feito de maneira intencional.
A estrutura do seu governo foi tirada do modelo do governo fascista de Salazar, em Portugal. O governo varguista já havia antes limitado de uma maneira extraordinária com a liberdade dos sindicatos com a legalização. Até a década de 30, os sindicatos eram meras organizações, com o governo legalizando, estabelece o imposto sindical e isso cria um processo de ”estatização dos sindicatos”.
O regime político elimina todas as lideranças sindicais da esquerda, os sindicatos são colocados sob intervenção, são completamente anulados. Os partidos de esquerda são logicamente proibidos e também não conseguem funcionar. É assim que se estabelece o regime semi-fascista de Vargas, semelhante a Portugal.Com isso, o Integralismo acaba se tornando uma espécie de partido ”oficial do regime”.
Documento forjado por um integralista
Anos mais tarde, foi comprovado que o documento havia sido forjado pelo capitão integralista Brasileiro Olímpio Mourão Filho – membro do Serviço Secreto do governo na época – com a intenção de justificar o golpe de Estado que levou à instauração da ditadura do Estado Novo, em novembro de 37.
Leia um trecho do texto fraudulento:
XVIII – OS REFÉNS
No plano deverão figurar, como já foi dito atrás, os homens a serem eliminados e o pessoal encarregado dessa missão. Todavia, tão importantes quanto estes serão os reféns, que, em caso de fracasso parcial, servirão para colocar em choque as autoridades. Serão reféns: os Ministros de Estado, presidente do Supremo Tribunal, e os presidentes da Câmara e do Senado, bem como, nas demais cidades, duas ou três autoridades ou pessoas gradas.
Vargas e o Estado Novo
O Varguismo não vai passar a história como um movimento fascista e sim como um movimento nacionalista anti imperialista. Pois o nacionalismo de um país desenvolvido e o nacionalismo de um país oprimido são parecidos, mas na verdade expressam interesses sociais diferentes.
A burguesia dos países atrasados é uma burguesia, como diria Leon Trotski, ”semi-opressora e semi-oprimida”. Já a burguesia dos países desenvolvidos é uma burguesia imperialista, cuja ação e cujo poder político tomam forma no assalto aos países. É preciso fazer essa consideração para analisar o caráter de classe do governo de Getúlio Vargas.
Finalmente, em março de 45, com o Estado Novo chegando ao seu esgotamento, o general Góes Monteiro denunciou a fraude do Plano Cohen. O nome do Plano se deu porque seus autores acrescentaram no final a assinatura de Bela Kun, comunista húngaro, modificando-a depois para Bela Cohen.