Aos 30 de julho de 1898, morre o Chanceler de Ferro, Otto von Bismarck, líder da unificação alemã. Por todo o país há homenagens ao “chanceler de ferro”: monumentos, torres, ruas e até carvalhos foram batizados com o seu nome. Na escola, aprende-se que ele não só unificou a Alemanha, como, em sua gestão como reichskanzler, de 1871 a 1890, introduziu o direito ao voto e sistemas de seguridade social, incluindo os seguros de saúde, aposentadoria e contra acidentes.
Otto von Bismarck, o “chanceler de ferro” nasceu em 1º de abril de 1815. Futuramente seria primeiro-ministro da Prússia e chanceler do Império Alemão. Uma figura ambivalente: para uns, promotor da paz e da justiça social. Para outros, pioneiro do militarismo germânico.
Bismarck, depois de Hitler, foi quem com seus valores conservadores, é responsabilizado pela perseguição do Reich aos socialistas. Preparou uma cultura parlamentar subdesenvolvida na Alemanha do fim de século 19 e início do 20; assim como pela criação de colônias alemãs na África e na Ásia.
Mas, afinal, Bismarck é super-herói ou arquivilão? A fundação do Reich, por exemplo, não foi uma iniciativa puramente alemã e muito menos obra pessoal de Bismarck, aponta o historiador Nonn. “Desse prolongado e complexo processo participaram muitas instâncias, tanto na Alemanha como também no exterior, com o que elas fizeram ou deixaram de fazer. Por exemplo, ao não tentar impedir a unificação.”
O chanceler usou Colônias como instrumento interno. E, mesmo assim, menos de 15 anos após a fundação do Reich, ele permitiu a criação dos assim chamados protetorados na África e na Ásia. “A questão não eram propriamente as colônias. Elas foram apenas um meio na luta pelo poder travada em Berlim”, afirma Nonn. O conservador Bismarck queria enfraquecer os liberais, seus oponentes políticos, e o príncipe herdeiro Frederico, simpatizante deles.
Contudo, em 1885 os liberais perderam as eleições, ficando politicamente debilitados. E o príncipe Frederico assegurou que seguiria associado ao chanceler conservador, mesmo depois da morte de seu pai, o imperador Guilherme 1º. “A partir daí, Bismarck encerrou imediatamente o episódio da política colonial”, conta Nonn.
O grande inimigo eleito por Bismarck. O primeiro chanceler alemão designava o movimento trabalhista em ascensão como “inimigo do Reich”. Com a assim chamada “lei dos socialistas”, ele baniu, na prática, os partidos social-democratas. Também a introdução dos seguros de saúde, aposentadoria e contra acidentes se deveu à rejeição de Bismarck ao movimento dos trabalhadores para evitar o “socialismo”.