De certo modo, a figura de Gamal Abdel Nasser sintetizou a luta da população egípcia e de todo o Oriente Médio durante os primeiros anos da década de 50, com a Revolução Egípcia de 1952.
Nascido em 1918, logo após o desmoronamento do Império Otomano durante a Primeira Guerra Mundial, o líder egípcio viveria o início da dominação inglesa em seu país, o que o levaria a iniciar sua militância anti-imperialista desde os anos 30.
Com o desenvolvimento da classe operária no país com a criação do Partido Comunista, a crescente mobilização contra o domínio inglês e a Segunda Guerra Mundial, que abriu uma crise sem precedentes em todo o planeta, criou-se o Movimento Militar Livre, do qual Nasser fez parte por ser militar.
Após a divisão da Palestina por parte do imperialismo em 1948, a população do Oriente Médio começou a se radicalizar.
Em 1952, após o assassinato de 50 soldados egípcios por parte dos ingleses, a população saiu às ruas do Cairo e iniciou a revolução de 1952. Como a classe operária ainda não possuía uma organização capaz de liderar a revolução, o próprio Movimento Militar Livre acabou por guiar a população até a expulsão dos ingleses.
Por se tratar de um movimento do nacionalismo burguês, o movimento de Nasser não pode levar a revolução até as últimas consequências. No entanto, o próprio movimento, com Nasser à frente após 1958, foi capaz de nacionalizar cerca de 90% da economia do país, incluindo o Canal de Suez, um dos canais mais importantes de todo o planeta. Sua nacionalização em 1956, fez com que Inglaterra, França e Israel invadissem o país. Porém, com a população entusiasmada por sua liberdade, os egípcios saíram vitoriosos.
Além das nacionalizações, Nasser foi o principal propagandista da República Árabe Unida (RAU), que correspondia a tarefa atual das população do Oriente Médio de estabelecer um único país. A RAU se iniciou em 1958 com a unificação da Síria e do Egito, chegando também a abrigar o Iêmen. Porém, em 1961, após um golpe de estado na Síria por parte do imperialismo, o país deixou a RAU.
Em 1967, Nasser tentou unir os povos árabes contra a dominação da Palestina por parte de Israel, na chamada Guerra dos 6 dias. O Egito acabou por sair derrotado da guerra e Israel anexou a região do Sinai, que seria retomada somente em 1973.
Nasser faleceu em 1970, vítima de um araque cardíaco.
Sua figura é até hoje como um dos maiores líderes dos países árabes de todos os tempos. Como já dito, durante seu período à frente do Egito, ficou claro que uma das tarefas da população árabe é a unificação de todo seu território no Oriente Médio e Norte da África, para se opor ao imperialismo.
No atual momento, em que Israel parte para uma ofensiva contra a população palestina, que o imperialismo dá um golpe de estado no Líbano e tenta extinguir o Hezbolah e assassina um dos maiores líderes do Irã, além de aproximar países árabes como Emirados Árabes, Bahrein, Jordânia e o próprio Egito, países hoje dominados pelo imperialismo, com o próprio estado de Israel, é necessário relembrar a figura de Nasser e levar adiante a luta da população nessa região.
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