A Itália estava dividida ao meio. No sul, havia o Império Colonial Italiano, que havia dado respaldo ao fascismo mas, após intensa resistência das massas e o desastre da Segunda Guerra, havia dado um golpe de estado em Mussolini e formado outro governo. Já, no norte do país, havia uma espécie de fantoche da Alemanha Nazista, comandada de fato pelos alemães mas com um governo fictício de Benito Mussolini.
A divisão havia se dado após a deposição de Mussolini pelo próprio governo fascista, que, temendo represálias dos aliados durante a invasão desses ao sul da Itália, depuseram o ditador e o prenderam na prisão de Gran Sasso. Ao saber da prisão de Mussolini, Hitler ordenou que as tropas alemãs invadissem o norte da Itália e soltassem o fascista da prisão, o que aconteceu dois meses após sua captura.
Sendo assim, a Itália ficou dividida. A parte norte passou a chamar-se República Social Italiana, ou República de Saló, já que apesar da capital ser Roma, a capital de fato era a cidade de Saló, onde Mussolini passou a viver. O parlamento foi fechado e a monarquia foi abolida, fazendo com que Mussolini parecesse ter plenos poderes no país, porém, quem comandava era a própria Alemanha Nazista, que passou a tratar a Itália como um dos territórios que havia conquistado durante a guerra.
Esse período foi marcado por uma forte perseguição aos judeus, que até então não haviam sido enviados para campos de concentração, mas que a pedido de Hitler começaram a ser enviados a esses locais.
A invasão, no entanto, fez com que o sentimento já presente de ódio aos fascistas por parte da população italiana ficasse ainda maior, o que despertou os ânimos da Resistência Italiana, grupo de guerrilheiros que passou a combater abertamente os fascistas e os nazistas presentes no país.
Mussolini, percebendo o ódio da população à sua política e à invasão alemã, decidiu tentar uma política chamada de Socialização Fascista, na qual o regime de extrema-direita tentava ganhar um ar esquerdista com algumas pequenas reformas sociais, com o intuito de ganhar apoio nas bases da população, o que não deu certo.
Após quase dois anos da República de Saló, no dia 25 de abril de 1945, explode a chamada Insurreição Partigiana, na qual os membros da Resistência Italiana praticamente tomam conta de toda a Itália, em um processo que iria terminar no dia 28 de abril.
Mussolini, vendo que poderia ser capturado e percebendo que não teria milicianos fascistas o suficiente para o proteger, decide se disfarçar e fugir junto de militares da Werhmacht, do exército nazista. Junto com eles estava sua amante, Clara Petacci, e outros líderes fascistas. Seu intuito era chegar até a Suíça.
Acontece que um pequeno grupo de partisans, que não passava de meia dúzia, ficou sabendo que o carro da Werhmacht que fugia para a Suíça transportava alguns líderes fascistas. Um dos partisans, Pier Luigi Bellini delle Stelle, vendo que os militares alemães estavam em maior número e sabendo que não poderia deixar os fascistas fugirem, teve uma brilhante ideia: apareceu sozinho na estrada e fez sinal para que os alemães parassem o carro. Com medo de que houvessem mais partisans, os alemães pararam e Bellini os pediu para que deixassem os prisioneiros, que caso fizessem isso poderiam ir embora. Com medo, os militares entregaram os fascistas e foram embora.
Mussolini, sua amante e outros fascistas foram capturados em 27 de abril de 1945. Sua execução aconteceu no dia seguinte. Após sua morte, seu corpo foi pendurado de ponta cabeça em Milão, junto dos outros fascistas executados, para a alegria de milhares de italianos que festejavam sua morte.