No dia 26 de Junho de 1968 a cidade do Rio de Janeiro foi palco de um ato de grandes proporções contra a Ditadura Militar. O regime, imposto no ano de 1964 trilhava um caminho de claro recrudescimento pauta, entre outras ações antidemocráticas, pela repressão de atos estudantis.
A tensão entre os estudantes e o aparato repressivo vinha se acirrando desde o início do golpe militar. Inclusive, no dia seguinte à usurpação do poder pelos militares, a sede da UNE foi incendiada. A repressão permaneceu ao longo dos anos e culminou, em 28 de Março de 1968, no primeiro homicídio oficial da ditadura a um estudante. O jovem Edson Luís de Lima Souto (18) recebeu um tiro à queima roupa no peito durante um protesto contra o aumento do preço das refeições no restaurante universitário “Calabouço”.
Segui-se ao assassinato de Edson uma onda de revolta da população. Por todo o Rio de Janeiro e em outras partes do país, a repressão militar foi violenta. Líderes e participantes dos movimentos foram presos às centenas. No dia 21 de Junho, três estudantes foram mortos pela ditadura e cerca de mil foram presos.
Assim, no dia 26 de Junho, uma manifestação com cerca de cem mil pessoas, entre estudantes , artistas, intelectuais e pessoas do povo, tomaram as ruas da região da cinelândia. O repúdio à ditadura era expresso pela faixa “Abaixo a Ditadura. O Povo no poder” que ia à frente dos manifestantes. Nos meses seguintes, grandes greves de operários tomaram o país, acuando o regime. No final de 1968, o Ato Institucional de número 5 foi editado, iniciando um dos períodos mais covardes e bárbaros da história nacional.